Museu do Judiciário do TJPB integra mostra nacional sobre memórias da escravidão e da resistência negra
A imagem da escravizada ‘Preta Gertrudes”, exposta no Museu do Poder Judiciário da Paraíba, é a abertura da exposição: ‘Escravidão, Liberdade e Resistência: Memórias da Justiça Brasileira”. O evento, realizado de forma virtual, foi promovido pela rede Memojus Brasil, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e marcou a participação do Judiciário paraibano na mostra.
A finalidade é dar visibilidade às histórias e narrativas voltadas à luta pela liberdade e os direitos da população negra durante o período da escravidão no Brasil. Além da Paraíba, participaram Museus dos estados de Alagoas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
O Museu do Poder Judiciário da Paraíba integra as ações da Comissão de Cultura e Memória do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), presidida pelo desembargador Onaldo Rocha de Queiroga. O órgão, cujas iniciativas são voltadas para o resgate e a preservação da memória da Justiça paraibana, é apoiado pela gestão do judiciário estadual, tendo à frente o desembargador Fred Coutinho.
Memojus Brasil - É uma rede articulada em prol da Memória do Poder Judiciário brasileiro, abarcando profissionais atuantes em Arquivos, Bibliotecas, Centros Culturais, Centros de Memória, Memoriais e Museus de todos os segmentos da Justiça brasileira e de outras instituições parceiras como Arquivos públicos, Universidades, Centros Culturais e Ministério Público.
O caso da Preta Gertrudes - O acervo de documentos expostos no Museu do Poder Judiciário é diversificado e importante, com peças processuais antigas e marcantes na história do judiciário estadual, datadas desde o tempo do Brasil Império. Um exemplo é o do Caso da Preta Gertrudes. Este foi um Embargo com Vigor de Penhora, envolvendo a escrava, preta Gertrudes Maria, de 1828, em Parahyba (atual João Pessoa), no qual ela recorreu à Justiça para não ser vendida em praça pública, como pagamento de uma dívida, e, para que isso não acontecesse, travou uma guerra judicial pela própria liberdade.
Por Lila Santos com informações do CNJ




