Infância e Juventude: CGJ verifica bom funcionamento da Casa de Acolhimento de Cajazeiras
José* (14 anos) disse que seria jogador de futebol. O amigo, Pedro* (15 anos), cantou o trecho de uma música que fez para a garota por quem estava apaixonado. Sonhos juvenis que chegaram, de forma natural e descontraída, ao corregedor-geral de Justiça da Paraíba, desembargador Fred Coutinho, e à juíza-corregedora Aparecida Gadelha, durante visita ao Centro de Atenção à Criança e ao Adolescente (CCA) de Cajazeiras, que abriga, hoje, 10 crianças e adolescentes. Entre os diversos sonhos, um é comum a quase todos os abrigados: ser adotado e ganhar um lar.
Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Adoção (25 de Maio), o corregedor Fred Coutinho avaliou positivamente o equipamento onde crianças e adolescentes destituídos do poder familiar da Comarca são acolhidos, cuidados e aguardam por adoção.
“Observamos uma Casa Lar muito bem estruturada, com um apoio técnico adequado e, sobretudo, com amor na realização do trabalho. Adoção é sinônimo de vida. É um sonho que se concretiza quando, por meio da assinatura de um juiz, uma família recebe alguém que estava sonhando em tê-la”, refletiu.
De acordo com a coordenadora do CCA, Gilmara Gomes da Silva, a maior demanda existente entre os acolhidos é emocional. “Alguns desejam a adoção. Os menores sentem muita falta dos pais. Tudo isso vem sendo trabalhado. Temos, inclusive, parceria com o CAPs Infantil e a maioria é acompanhada”, informou.
A coordenadora disse, ainda, que a Casa conta com equipe técnica formada por psicólogo e assistente social, além de monitores, cozinheira, porteiro, motorista e professora. “Também temos parceria firme com o Judiciário, que está sempre presente, o que é de suma importância para a realização desse trabalho”, completou.
A assessora da 2ª Vara de Cajazeiras (que responde pela Infância e Juventude), Chislene Oliveira, concorda. “Temos um canal de comunicação totalmente aberto. Juízes e servidores olham com muita atenção e carinho para a área da Infância e buscamos realizar o trabalho da forma mais integrada possível, observando sempre o princípio do melhor interesse da criança”, pontuou.
Além do CCA, os corregedores também visitaram os Conselhos Tutelares (Cajazeiras e São João do Rio do Peixe) e o Núcleo de Assistência à Criança e ao Adolescente Piranhense (Nacap - São José de Piranhas), onde a pequena Maria* (5 anos) revelou à juíza corregedora que seria advogada, enquanto mostrava seu quarto. Mais sonhos e diálogos.
A juíza Aparecida Gadelha destacou a importância da integração do Poder Judiciário e dos juízes que atuam na área da Infância e Juventude com os serviços oferecidos pelo Município e pelo Estado, ligados à proteção dos direitos da criança e do adolescente.
“Identificamos aqui essa proximidade, como deve ser. Algumas unidades de proteção tem uma estrutura boa, com atendimento qualificado; outras, precisam avançar. A Corregedoria atua fazendo este olhar, na intenção de auxiliar e apoiar a consecução dessas melhorias”, explicou.
* Nomes fictícios.
Por Gabriela Parente