Ressocialização de adolescentes em conflito com a lei conta com palestras em audiênia coletiva
Audiência coletiva é parte de uma política ressocializadora que vem sendo adotada pela 2ª Vara da Infância e da Juventude
Um total de 43 adolescentes que respondem a procedimentos de ato infracional – equivalente a crime por uso de drogas – ou cumprem medidas socioeducativas em meio aberto, acompanhados das mães ou responsáveis, compareceram na tarde desta quinta-feira (22) ao Juizado da Infância e da Juventude. O objetivo foi ouvir orientações sobre os serviços de tratamento para dependentes químicos oferecidos pela Secretaria de Saúde do Município de João Pessoa e pela ONG Amor Exigente.Além disso, ouviram os relatos pessoais de dois protagonistas da recuperação, Alex Pereira e Fabrício, hoje maiores de idade. Alex falou sobre como o trabalho do Juizado influenciou na decisão de procurar e aceitar o tratamento, e como essa conscientização foi crucial para sua recuperação. “Eu quero que o pessoal que está aqui mude a vida e, principalmente, que queiram se recuperar. Porque a pessoa que usa droga gasta tudo, chega em casa sem dinheiro e fica deprimido, isso não é uma boa vida”, encorajou os ouvintes.
Conforme Luana Campos, diretora do Capsi, os serviços de saúde mental e tratamento para dependência química são oferecidos para todos no Capsi Cirandar e na Unidade de Acolhimento Infantil. “A família é um ponto chave no tratamento e frequenta o serviço tanto quanto o adolescente”, ressaltou. Atividades terapêuticas em grupo e atendimentos individuais são oferecidos para os familiares.
Nessa mesma linha atua a ONG Amor Exigente, que oferece ajuda para os familiares de dependentes químicos para resgatarem a boa convivência da família e ajudarem os jovens durante o tratamento, de acordo com Tânia Toscano, coordenadora regional.
A coordenadora da audiência foi a juíza Antonieta Lúcia Maroja, que atua na 2ª Vara da Infância e Juventude de João Pessoa, com apoio do juiz Henrique Jorge Jácome e dos servidores da Vara, além da promotora de Justiça, Catarina Gaudêncio. “Queremos que esse público compreenda que a libertação do vício é possível e que a convivência familiar e comunitária podem ser resgatadas”, destacou. Além disso, eles deverão comprovar, no prazo de seis meses, que estão se tratando.
O trabalho de ressocialização se estende às ofertas de cursos de geração de rendas aos adolescentes em conflito com a lei e seus familiares. Trata-se de uma parceria com o Sistema S (Sesc, Sesi, Senac e Senai) e com o Instituto Dom Ulrico, e a aprendizagem substitui o cumprimento de medidas em meio aberto.
Gabriella Guedes




