TJPB e parceiros capacitam cerca de 240 pessoas para atuarem com homens autores de violência doméstica
Entre os meses de setembro e outubro deste ano, cerca de 240 pessoas foram capacitadas, por meio virtual, para atuarem nos grupos de reflexão, que trabalharão com homens que respondem judicialmente pela prática de violência contra a mulher. A iniciativa faz parte do projeto ‘Trabalhando com homens autores de violência doméstica contra mulheres’ e é fruto de parceria entre o Tribunal de Justiça da Paraíba e o Governo estadual. O objetivo é fomentar a implementação de grupos reflexivos para autores de violência doméstica em todo o Estado.
Tendo como meta capacitar profissionais que atuam em equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (Creas) Regionais da Paraíba, a formação, que aconteceu por videoconferência, teve início no dia 14 de setembro. A solenidade de abertura oficial contou com a participação dos magistrados responsáveis pela Coordenadoria da Mulher do TJPB, juíza Graziela Queiroga e juiz Antônio Gonçalves; da secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura; e do secretário de Estado do Desenvolvimento Humano, Tibério Limeira. A capacitação, concluída no dia 22/10, teve a duração de seis semanas, com três dias cada semana.
“A capacitação atendeu todas as expectativas. Foram dias intensos de muita troca e aprendizagem. Vamos trabalhar, agora, para a segunda fase, que será a forma de execução dos grupos reflexivos nas suas respectivas localidades. Inclusive, já podemos contar com a participação dos técnicos dos Creas, capacitados para serem agentes multiplicadores em seus territórios”, ressaltou a magistrada Graziela Queiroga, complementando que, no segundo momento, além da parceria com o Poder Executivo, a Secretaria da Mulher do Estado e Secretaria de Desenvolvimento Humano, serão convidados, da mesma forma, os demais atores do Sistema de Justiça, a exemplo do Ministério Público estadual; Defensoria Pública, OAB-PB e a sociedade civil.
O juiz Antônio Gonçalves Júnior, titular do Juizado da Mulher da Comarca de Campina Grande, avaliou a preparação dos profissionais dos Creas regionais e municipais como de suma importância para o reconhecimento da necessidade do valoroso trabalho que desenvolverão nas cidades menores no interior do Estado. Ele reforçou que, por força de Lei, a inserção do homem agressor nos grupos reflexivos, em razão das medidas protetivas, se tornou obrigatória.
“É preciso que eles estejam encaminhados para equipes bem qualificadas, que consigam transmitir para eles a conscientização necessária de como deve ser o enfrentamento à violência doméstica, por meio de debates sobre suas masculinidades, explicando quais são as formas de violência. Neste sentido, o curso foi bastante satisfatório”, evidenciou o magistrado, realçando que os participantes que estavam apreensivos com a nova atribuição, com o decorrer da capacitação, passaram a entender o real significado desta nova missão.
Para a analista Judiciária e psicóloga do Juizado da Mulher de Campina Grande, Clarissa Paranhos Guedes, o projeto foi uma parceria relevante da Coordenadoria da Mulher do TJPB com as secretarias estaduais. “Esta iniciativa proporcionou diálogo e reflexão sobre a importância dos grupos reflexivos, como uma estratégia exitosa para o enfrentamento da violência contra a mulher na Paraíba”, salientou.
Por Lila Santos/Gecom-TJPB