“O movimento que vocês fazem e que ecoa nessa casa de Napoleão Laureano precisa ter uma repercussão maior. Precisamos atender essas mulheres em suas reivindicações básicas como, ao menos, garantir a elas um local em que possam chorar juntas”. Essas foram algumas das palavras de conforto dirigidas às integrantes do Grupo “Mães na Dor” pelo Juiz da Vara da Infância e da Juventude, Fabiano Moura de Moura, ao participar da Audiência Pública realizada na tarde desta terça-feira(16), na Câmara Municipal de João Pessoa.

A Audiência Pública teve como objetivo discutir os casos de desaparecimento de crianças como o de “Rebeca” e de outras vítimas de assassinato, a exemplo de Aryane Tais, que ainda não foram solucionados pelo Poder Público do Estado da Paraíba. O evento foi uma propositura da vereadora Eliza Virgínia e contou com a participação de mães, familiares, amigos que vivem o drama dos casos não solucionados.

O juiz Fabiano Moura reconheceu que a sociedade cada vez mais clama por respostas mais imediatas e por uma justiça que possa considerar a fala na solução dos conflitos das mães das vítimas. “Nós não podemos ver somente folhas, ao se referir aos processos, e sim, sangue no coração dessas mães que ainda pulsam”. Ressaltou.

Sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes do Estado, o magistrado enfatizou que esses casos estão vinculados a prática de crimes não elucidados e que precisam ser detectados para que os processos tenham a atenção devida. “Estamos aqui para ouvir os familiares das vítimas e de pessoas desaparecidas, até mesmo para ver como o Poder Judiciário pode unir forças para para dar a essas famílias a resposta que precisam, com a responsabilização daqueles que têm culpa “, afirmou.

Participaram ainda da Audiência Pública o secretario Municipal de Segurança e Defesa Social, Geraldo Amorim; e a delegada Joana D'arc, representando o secretário de Estado da Segurança Pública do Estado.

Gecom – Clélia Toscano