Conteúdo Principal
Publicado em: 10/05/2024 - 12h24 Atualizado em: 13/05/2024 - 20h54 Tags: Creas; Cniups; Comarca de Queimada; Comarca de Sumé

Judiciário paraibano inspeciona Creas para aprimorar política socioeducativa em meio aberto

Fotografia da inspeção dos Creas para aprimoramento da política socioeducativa em meio aberto
Inspeção no Fórum de Queimadas

Com o objetivo de fiscalizar a política socioeducativa, magistrados e magistradas do Tribunal de Justiça da Paraíba realizam inspeções, em meio aberto, para conhecer a realidade do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) dos respectivos municípios em que atuam. A iniciativa segue o que disciplina o Manual de Orientação Técnica para preenchimento do Cadastro Nacional de Inspeções em Unidades e Programas Socioeducativos (Cniups), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo informações do GMF, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu que a ação deve ser concluída até o dia 30 de junho, em todos os 223 municípios. Até o momento, 54 municípios foram cadastrados. As inspeções já aconteceram nos fóruns de Queimadas, Sumé, Remígio e Umbuzeiro e seguem até o final de maio.

O coordenador adjunto do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF) do TJPB, juiz Hugo Gomes Zaher, pontuou que a exigência da realização de inspeções, nos programas de política socioeducativa do meio aberto, tem tido boa adesão dos juízes (as) atuantes na execução de medidas socioeducativas de Prestação de Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida.

Fotografia do juiz Huho Zaher
Juiz Hugo Gomes Zaher, destacou a adesão dos juízes (as) às inspeções

“Essas ações permitem a identificação de eventuais fragilidades, que devidamente corrigidas garantem a proteção dos direitos previstos pelo aparato legal dos (as) adolescentes, zelando por esse princípio, que é prioridade absoluta, segundo o que determina o Cniups”, reforçou.

O diretor do Fórum de Queimadas e juiz titular da 2ª Vara Mista daquela Comarca, Jeremias Melo, comentou que as inspeções judiciais aos programas de medidas socioeducativas em meio aberto, como a Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), e a Liberdade Assistida (LA), são medidas da política judiciária para garantir a eficácia do sistema de atendimento socioeducativo.

“Esses programas permitem verificar a adequação das atividades oferecidas e favorecem a manutenção de um ambiente institucional de desenvolvimento pessoal e educacional dos (as) adolescentes, promovendo a transparência e a responsabilidade nos serviços prestados. A medida, também, permite uma cooperação interinstitucional mais eficaz, pois é uma rotina já comum na fiscalização extrajudicial e na competência socioeducativa”, destacou o magistrado.

Fotografia do juiz titular da 2ª Vara Mista da Comarca de Queimadas, Jeremias Melo
Jeremias Melo ressaltou a importância das inspeções judiciais aos programas de medidas socioeducativas em meio aberto

Para a juíza titular da Vara Única de Remígio, Juliana Dantas Almeida, a ação foi importante para estabelecer um contato direto com os integrantes do Creas.

“Geralmente temos contato com a rede de proteção e os órgãos, mas nas audiências é sobre um caso concreto, e não é possível termos ciência da realidade plena da política socioeducativa no Município. Dessa forma, este momento foi importante para conhecermos as deficiências dos Creas, e a partir da resolução destes problemas, contribuir para as melhorias destas Instituições, atuando como representantes do Judiciário na Comarca”, declarou.

Já a juíza titular da Vara Única da Comarca de Sumé e diretora do Fórum local, Juliana Accioly Uchôa, destacou que a efetividade dos princípios basilares do Sistema de Justiça Juvenil - proteção integral e melhor interesse das pessoas em desenvolvimento - exige a atuação do Poder Judiciário ‘para além’ dos autos do processo, por depender de intenso e articulado diálogo institucional entre os integrantes do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.

“Nesse contexto, as inspeções judiciais das medidas socioeducativas do meio aberto viabilizam, a um só tempo, a participação direta das magistradas e magistrados na responsabilização dos jovens pela prática de atos infracionais, a compreensão sobre os desafios e dificuldades encontrados pela rede de proteção no âmbito local e o auxílio na busca de melhorias para  qualificar a execução das medidas socioeducativas e, por conseguinte, viabilizar o efetivo resgate da pessoa em desenvolvimento”, comentou a juíza.

Fotografia da juíza da Comarca de Sumé, Juliana Accioly Uchôa
Juíza da Comarca de Sumé, Juliana Accioly Uchôa

O GMF promoveu, no dia 12 de abril, o webinário sobre o preenchimento do CNIUPS meio aberto, que se insere em um contexto maior ligado à Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), Lei nº 12.594/2012, e às normativas do CNJ, que buscam aprimorar a política socioeducativa no Brasil. A Lei do Sinase estabelece diretrizes para a execução de medidas socioeducativas, enquanto as normativas do CNJ fornecem orientações específicas para o Poder Judiciário.

CNIUPS - Inicialmente, o CNJ lançou o Cadastramento para as inspeções no meio fechado, acompanhado do Manual Resolução CNJ nº 77/2009, no final de 2022. Em dezembro de 2023, para dar continuidade foi apresentado o sistema próprio para inspeções a programas e serviços socioeducativos do meio aberto. Esses programas atendem às decisões judiciais que determinam a Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e a Liberdade Assistida (LA).

O CNIUPS tem como objetivo estabelecer parâmetros nacionais para a uniformização dos procedimentos de inspeção judicial das unidades socioeducativas e dos programas/serviços do meio aberto que compõem o Sinase. Dessa forma, espera-se que a iniciativa sirva de incentivo para provocar a magistratura da Justiça Juvenil, enquanto integrante do Sistema de Garantias de Direitos (SGD), a atuar em prol da qualificação dos programas de meio aberto na área socioeducativa e na sua produção de dados.

Inspeções Judiciais  e meio aberto – O Manual Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 77/2009 traz informações detalhadas quanto à organização dos serviços e programas socioeducativos em meio aberto, no âmbito da política de Assistência Social, no intuito de orientar os (as) magistrados (as) sobre os principais pontos de atenção para o manejo das inspeções judiciais.

Por Fernando Patriota e Maria Luiza Bittencourt (estagiária)

 

GECOM - Gerência de Comunicação
  • Email: comunicacao@tjpb.jus.br
  • Telefone: (83) 3216-1611