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Publicado em: 25/11/2010 - 12h00 Tags: Geral, Legado

Eliana Calmon fala para mais de 100 juízes no Fonavid sobre aplicações da Lei Maria da Penha pelo STJ

A abertura do II Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid) reuniu mais de 100  magistrados, que compartilharam experiências na noite dessa quarta-feira (24), no auditório do Fórum Cível “Des. Mário Moacyr Porto”. Na ocasião, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon Alves, falou como evoluiu a participação feminina no Judiciário brasileiro, nos últimos cinco anos, e as principais decisões e jurisprudências relacionadas à Lei Maria Penha.

Presidente em exercício do TJ, desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti                                        Foto por Ednaldo AraújoA presidente em exercício do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti, ressaltou o esforço do TJPB para a regulamentação da nova Lei de Organização e Divisão Judiciárias (Loje), que cria dois Juizados Especiais de Violência Doméstica, um na Capital e outro em Campina Grande. “Devemos atender a demanda reprimida que existe. A maioria das mulheres que sofre com esse problema não procura o Judiciário, ainda, por não se sentir segura”, afirmou.

Sobre isso, a presidente do Fonavid, juíza de Direito do Rio de Janeiro, Adriana Ramos de Mello, informou que essa realidade vem mudando com a instalação dos juizados especializados. “Alguns dos 49 Juizados Especiais de Combate á Violência Doméstica, instalados no Brasil, chegaram a aumentar em dez vezes o volume de processos, nos primeiros 30 dias de funcionamento”. Ela enfatizou que um juizado bem equipado, com profissionais multidisciplinar, vai além da punição ao agressor. Garante acompanhamento psicológico para a mulher enfrentar o problema e a sua solução, deixando-a mais segura.

A ministra Eliana Calmon ressaltou a importância do magistrado ser bem preparado para lidar com esse assunto, e como o Fórum de discussão contribui para a formação. “Não podemos admitir que um juiz não aplique a Lei Maria da Penha em casos entre namorados, por exemplo. A sociedade evolui e a jurisprudência deve acompanhar. O núcleo familiar, atualmente, é amplo e o magistrado deve ter sensibilidade para entender cada situação”, afirmou. A corregedora convocou, também, as autoridades presentes a refletirem sobre a necessidade de acompanhar a eficácia de suas decisões.

Outros objetivos do Fonavid são: uniformizar procedimentos afetos a Lei 11.340/06; discutir as decisões oriundas dos Juizados e Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher sob o prisma do acesso à Justiça e avaliar as vantagens e desvantagens de ampliação de competência do sistema.

O evento vai até sexta-feira (26) e conta, na programação, com mais oito palestras; reunião dos grupos de trabalho nas áreas Cível e Medidas Protetivas, Criminal, Equipes Multidisciplinares; Assembleia Geral e outros assuntos.

Por Gabriella Guedes

 

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