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Publicado em: 06/06/2017 - 15h44 Tags: Exposição

Biblioteca do TJPB reabre exposição da Negra Gertrudes

Presidente do TJ, Des. Joás de Brito, com o embaixador da Argentina, Luís Maria, na exposição da "Negra Gertrudes"

A Biblioteca Desembargador Osias Nacre Gomes, do Tribunal de Justiça da Paraíba, reabriu, nesta terça-feira (6), a exposição sobre a Negra Gertrudes. As obras ficam expostas até quinta-feira (8), dentro da programação da I Semana Nacional de Arquivos. A exposição, inclusive, recebeu a visita do embaixador da Argentina, Luís Maria Kreckler, em companhia do presidente do TJPB, desembargador Joás de Brito Pereira Filho.

A exposição, que já foi exposta no Tribunal de Justiça no ano de 2015, conta com 8 painéis, e retrata o caso emblemático da ‘Preta Gertrudes Maria’, escrava paraibana que recorreu à Justiça para não ser vendida em praça pública como pagamento de uma dívida.

Durante a exposição, o público visitante terá a oportunidade de conhecer detalhes do processo da Negra Gertrudes, com texto e imagens que estão expostos através de painéis, inclusive, com ilustrações do artista plástico Flávio Tavares.

História

A escrava Gertrudes, paraibana, alforriada, travou batalha judicial durante 14 anos para evitar que fosse vendida ilegalmente. A “Negra do Tabuleiro”, como era chamada, vendia frutas, verduras e o que mais lhe permitiam. Com cerca de 30 anos, Gertrudes Maria não quis ser vendida em praça pública e, para que isso não acontecesse, travou uma guerra judicial pela própria liberdade.
Em 1826, a escrava que era propriedade de Carlos José da Costa conseguiu comprar a própria liberdade pela metade do seu valor, sob a condição de prestar serviços ao patrão por tempo indeterminado para quitar o restante da dívida. Gertrudes, que já aproveitava a liberdade condicionada, só não contava que o seu senhor estivesse cheio de dívidas e que poderosos da Capital, inclusive do clero, quisessem recebê-la como valor devido por Carlos José da Costa.
A negra quitandeira teve que se opor a um embargo de penhora contra seu senhor, iniciado em 1828, que colocou em risco a sua liberdade parcial. Seu grande feito foi o de não ter se posicionado de forma passiva e de ter procurado de imediato o auxílio de advogados em sua defesa. Naquela época, não era comum às mulheres ou aos homens escravizados contratarem advogados ou serem representados por eles.
Na luta jurídica, que durou de 1828 a 1842, Gertrudes teve que enfrentar poderosos como o carmelita Frei João da Encarnação e o Sr. José Francisco das Neves. Para isso, a escrava contou com a amizade de advogados bastante prestigiados na capital paraibana.
Gertrudes chegou a ser presa. Para conseguir a liberdade de volta, Gertrudes solicitou um novo responsável, o tenente Modesto Honorato Victor. Quatro meses depois, em abril de 1841, o mesmo credor entrou com uma “Ação em Juízo” na tentativa de vender Gertrudes e os filhos em praça pública para receber a dívida, sendo estas as últimas informações registradas sobre o caso.

Por Tatiana de Morais

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