Judiciário leva projeto “Mulher merece Respeito” ao bairro Cidade Verde e realiza palestra sobre Lei Maria da Penha
Primeiro, a juíza contou aos presentes a história de Maria da Penha – mulher vítima de violência doméstica pelo companheiro, que quase a matou por duas vezes. Em seguida, explicou que os maus tratos contra a mulher eram vistos como “crimes de menor potencial ofensivo”, o que mudou a partir da criação da Lei Maria da Penha, em 2006.
A magistrada também abordou aspectos preventivos, os diversos tipos de agressão (física, moral, psicológica, sexual) os quais a mulher pode estar submetida, formas de denunciar, entre outros assuntos. “Queremos orientar os alunos desde cedo sobre esta Lei para, desta forma, fazer com a norma também chegue aos pais deles”, afirmou a juíza.
Além de ser o local para se construir novas formas de pensar, a magistrada falou que as escolas sofrem um reflexo direto da violência que é vivida em casa por muitos alunos. “Por isso, é importante que a gente traga esta discussão para dentro deste espaço, que também é marcado por muitos gestos de violência”, salientou.
A diretora da escola, Maria das Graças Madruga Freire, disse que a palestra vai deixar nos alunos uma nova visão sobre o tema. “Eles estão aprendendo aqui que a mulher tem que ser tratada de maneira respeitosa. Esta iniciativa tem uma importância muito grande diante da violência que as mulheres sofrem em âmbito nacional”, declarou.
A diretora convocou professores, alunos e pais de estudantes da escola por meio de convite. Além disso, um carro de som foi posto para circular no bairro, convidando toda a comunidade para assistir à fala da magistrada sobre o assunto.
O projeto também foi louvado pelo representante da Secretaria de Educação presente, Gilberto Cruz de Araújo, que afirmou: “Essa reflexão precisa continuar a ser feita. Levarei a proposta ao secretário de educação, para que a Lei Maria da Penha seja parte do currículo das escolas”, comentou.
Mãe de um aluno da escola, Janete de Araújo disse que não sabia a metade do que foi exposto na palestra. “Não entendia muitas coisas sobre os tipos de violência, mas aprendi hoje. Isso existe em muitas famílias e é preciso que esta Lei seja divulgada”, falou.A aluna Veralúcia Barbosa também se mostrou satisfeita com o que aprendeu. “Fiquei sabendo maneiras de me proteger, caso sofra alguma violência doméstica”. Ela disse também que conhece mulheres que sofrem agressões e não sabia, por exemplo, que poderia fazer a denúncia.
Também estiveram presentes representantes do Conselho Tutelar de Mangabeira, da delegacia Especializada da Mulher e da Casa Abrigo. A próxima etapa do evento “Mulher merece Respeito” vai ocorrer na próxima sexta-feira (22), no bairro de Mandacaru, com participação de todos estes segmentos da sociedade. A escola deve ser definida na segunda-feira (18).
Escola Afonso Pereira – Os alunos receberam os membros do Judiciário e demais representantes da rede de proteção à mulher no ginásio da escola. Nas paredes, cartazes e trabalhos de turmas de diversos anos foram afixados, com o tema da violência contra a mulher. Também foi exposto um painel com poesias sobre a mulher escritas pelos próprios. O evento teve início com a apresentação da Banda Marcial Afonso Pereira, que também fez o encerramento da noite.
Gecom - Gabriela Parente





