Luiz Couto e Walber Virgolino são ouvidos na audiência de instrução da Operação Squadre
O deputado federal Luiz Couto, o secretário da Administração Penitenciária, Wálber Virgolino da Silva Ferreira, e o policial militar George Frank foram ouvidos, nesta segunda-feira (17), como testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público, na audiência de instrução criminal dos réus do Grupo 3 da Operação Squadre, acusados de praticar extorsão, peculato e receptação de medicamentos roubados. A audiência foi realizada no Fórum Criminal da Capital, sendo presidida pelo juiz Geraldo Emílio Porto.
Primeiro a ser ouvido, o deputado Luiz Couto reafirmou suas declarações feitas junto ao Ministério Público da Paraíba. Para a imprensa, o parlamentar relatou que recebeu uma denúncia de que um dos acusados, José Antônio Urtiga, conhecido como “Cego”, está sendo ameaçado de morte como queima de arquivo.
“Já tivemos uma das pessoas que foi presa pela Operação Squadre assassinada. Pelo que eu sei, ela estava batendo com a língua nos dentes, falando muito. E agora recebi a denúncia que o 'Cego', José Antônio Urtiga, que seria o mentor, o articulador dos crimes que estão sendo analisados nesse Grupo 3, estaria também ameaçado de assassinato por queima de arquivo. No depoimento que prestou, ele citou os nomes de diversos agentes penitenciários, policiais civis, policiais militares e prestadores de serviço que estariam envolvidos com esse crime”, relatou Couto.
De acordo com o deputado, José Antônio Urtiga seria vinculado entre outras pessoas, ao sargento Erivaldo, o Luiz Quintino e seria o articulador para fazer as operações de extorsão. “Pela informação que eu tive, ele teria umas das metas para realizar. Se não cumprisse essas metas haveria algumas punições. Então, quando ele foi ouvido nos depoimentos, revelou o nome de diversas pessoas que, nos autos, apareciam como número ou como apelido. O número 3, o 57, o Bode Rouco, o Mão Branca. Era isso que aparecia e hoje todos esses nomes estão lá no Grupo 3, que são os réus acusados de praticar extorsão, peculado, e que receptavam medicamentos de roubos e de carros”, disse o parlamentar.
A segunda testemunha ouvida na audiência foi o secretário de Administração Penitenciária do Estado da Paraíba, Wálber Virgolino. Apesar de ser uma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público, ou seja, testemunha de acusação, o secretário defendeu os acusados, afirmando conhecer todos desde que entrou na Polícia e quando atuou no Grupo de Operações Especiais (GOE).
“Os fatos que eu fique incumbido de esclarecer nessa audiência foi sobre a apreensão de um veículo Pólo pelo Detran, em 2012, sem a participação de qualquer policial. Eu comandei pessoalmente a operação. Mesmo assim, o Ministério Público denunciou alguns policiais civis sob acusação de terem participado dessa operação e terem extorquido o proprietário do veículo. Eu estou aqui para fazer justiça, falar a verdade e para inocentar essas pessoas, que sequer tomaram conhecimento dessa operação”, declarou Virgolino.
Por fim, foi ouvido o policial militar George Frank, que foi pego em uma escuta telefônica conversando com um dos acusados sobre a venda de medicamentos. Ele disse que desconhecia que esses medicamentos eram roubados.
Nova audiência
No próximo dia 26, o juiz Geraldo Porto vai ouvir as testemunhas de defesa. A previsão é que 12 testemunhas compareçam à audiência, que está marcada para acontecer no Auditório do Fórum Criminal a partir das 9h30.
Caso - A ação conjunta entre MP e PF resultou na prisão de 40 integrantes, sendo 20 policiais militares e civis. Desde que a quadrilha foi desarticulada, a Justiça já ouviu aproximadamente 80 testemunhas, sendo 40 do Grupo 1 e 40 do Grupo 2.
O juiz Geraldo Porto informou que a instrução relativa aos réus pertencentes ao Grupo 1 já foi encerrada, e o processo se encontra com o Ministério Público Estadual na fase de alegações finais. Já os réus do Grupo 2, todos já foram sentenciados e o processo se encontra em grau de recurso.
Por Eloise Elane