Magistrados prestam conta de atuação à frente do 2º Juizado Misto de Mangabeira
Os magistrados assumiram as atividades do 2º Juizado de Mangabeira, na última semana de abril, após o afastamento do juiz Edvaldo Albuquerque de Lima, que está preso e é investigado por irregularidades naquela unidade Judiciária.
A prestação de contas do primeiro mês de atuação dos magistrados no Juizado foi apresentada, nesta terça-feira (4), à presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti. De acordo com o relatório, os magistrados encontraram 28 mil processos em tramitação no Juizado; mais de três mil processos conclusos para sentença desde 2008; uma grande quantidade de processos para despacho e mais de 80 mil petições para serem juntadas às ações.
“Diante da situação, que nós entendemos como caótica, nosso primeiro passo foi montar uma equipe, com o apoio da Presidência do TJ e da Corregedoria-Geral de Justiça. E é graças a esse trabalho de equipe que estamos conseguindo desenvolver esse trabalho. São 20 servidores em regime de hora extra, dois juízes leigos, três juízes de direito e duas assessoras”, contou Gustavo Procópio. Para ele, “o caminho ainda é árduo, mas já se conseguiu dar uma baixa no estoque de processos”.
A juíza Flávia Lins Cavalcanti relatou que, ao chegarem ao 2º Juizado Misto de Mangabeira, a equipe de magistrados decidiu suspender o pagamento de todos os alvarás, fazendo análise de cada processo, e aqueles que estavam regulares foram reexpedidos. “Teve uma carga enorme de reexpedição de alvará. Nós mandamos recolher, foi feita uma reanálise processo por processo, e foram reexpedidos aqueles estavam regulares, o que foi a maioria”, ressaltou.
Fora isso, ainda foram expedidos 387 novos alvarás, e das 80 mil petições existentes mais de 20 mil foram juntadas aos processos. Na opinião dos magistrados, para que o 2º Juizado Misto de Mangabeira entre no ritmo normal de um juizado seria necessário pelo menos um ano. Mas o juiz Gustavo Procópio afirma que o desafio é diminuir esse tempo para seis meses.
Ao ser indagado sobre as irregularidades constatadas naquela unidade Judiciária, o juiz Gustavo Procópio afirmou que foram as mesmas já detectadas nas investigações que resultaram na prisão e afastamento do juiz titular. “Todos os processos que estamos encontrando irregularidades, nós estamos mapeando, e encaminhando para a Presidência, para a Corregedoria e para o Ministério Público, quando detectamos indício de ocorrência de crime. E o fazemos com base no artigo 40 do Código de Processo Penal”, afirmou o magistrado.
O artigo nº 40 do CPP diz: “Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.”
Segundo o magistrado, não dá para precisar o quantitativo de processos em situação irregular que foram detectados até o momento, pois, diariamente eles se deparam com processos dessa natureza.
Gecom – Eloise Elane




