Na noite dessa quinta-feira (16), aconteceu um debate inédito no Judiciário estadual. O encontro “Justiça e Imprensa – Uma conversa entre dois mundos” reuniu jornalistas, juízes e estudantes de Comunicação Social, que discutiram a nova relação da mídia com o sistema judicial da Paraíba. O auditório da Escola Superior da Magistratura (Esma), em João Pessoa, ficou lotado e os presentes puderam  interagir com os palestrantes e debatedores convidados.

O presidente em exercício do TJPB, desembargador Nilo Luiz Ramalho Vieira, destacou a importância do encontro. “Não me lembro de ter visto uma idéia melhor como do que esta, a de reunir jornalistas e magistrados. A imprensa sempre foi um grande parceiro da Justiça, desde quando bem informada”.

Devido ao sucesso de público e crítica, o diretor da Esma, desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, disse que o evento pode integrar o calendário acadêmico anual da Escola. “Nossa proposta é transformar este encontro numa edição anual, ou até mesmo semestral. Queremos que os jornalistas entendam o funcionamento da Justiça e os juízes compreendam a função da imprensa, que é de informar”. O seminário foi promovido pelo TJPB e a Esma, com apoio das  Coordenadorias de Comunicação (Codecom) e de Desenvolvimento de Recursos Humanos e Programas Especiais (Codes), do Tribunal.

Para o estudante de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) de Campina Grande, Alisson Marques, “a iniciativa do debate é grandiosa e, para nós, estudantes, é de extrema importância poder conhecer o mundo do Judiciário. Acredito ser um desafio para a imprensa tentar conciliar a linguagem técnica da Justiça, com a da mídia, com o objetivo de facilitar o entendimento da informação para a sociedade”.

Palestrantes e debatedores - A primeira participação da noite foi do juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Hermance Gomes Pereira, que também é formado em jornalismo pela UFPB. Ele falou sobre o “Vocabulário rebuscado e o formalismo inútil do Poder Judiciário”. Segundo o magistrado, “os julgadores devem evitar o exagero de termos desconhecidos do cidadão comum, com o propósito de fazer com que suas decisões sejam entendidas e, efetivamente, cumpridas”. Ele disse, também, que os jornalistas devem se preocupar em se especializar, para melhor cobrir matérias do Judiciário.

A diretora de jornalismo da Rede Globo Nordeste, Jô Mazarollo, foi a segunda palestrante da noite. Ela trouxe as questões que envolvem o “Judiciário e Imprensa – Qualidade, ética e responsabilidade.” A jornalista afirmou que o grande desafio da imprensa e da Justiça é serem entendidos pela sociedade. “Um encontro como este serve, fundamentalmente, para que seja criada uma linguagem acessível e, ao mesmo tempo, que a Justiça saiba da pressa dos nossos leitores, ouvintes e telespectadores pela informação de suas decisões”.

O corpo de debatedores foi formado pelo desembargador do TJPB Joás de Brito Pereira Filho; o presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB; juiz Antônio Silveira Neto; a presidenta da Associação Paraibana de Imprensa (API), Marcela Sitônio; o juiz Aluízio Bezerra Filho; a magistrada Renata da Câmara Pires Belmont; e o diretor de jornalismo do Sistema Correio de Comunicação, jornalista Walter Galvão.

A Comissão organizadora do “Justiça e Imprensa” foi composta pelos juízes Antônio Carneiro de Paiva Júnior, Gustavo Procópio Bandeira de Melo e o jornalista Fernando Patriota.

Por Fernando Patriota