Segundo Juizado de Mangabeira aposta em metas e arquiva 10 mil processos em 4 meses
Os magistrados à frente da unidade são Flávia da Costa Lins Cavalcanti, Gustavo Procópio Bandeira de Melo (Cíveis) e Adhailthon Lacet Correia Porto (Criminal). Desde que assumiram o 2º Juizado, os juízes solicitaram a colaboração da Presidência do TJPB no sentido de 'emprestar' servidores de outras unidades para um regime diferenciado no local.
A presidente do Tribunal, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, compreendeu a urgência da medida: era preciso solucionar o acúmulo de processos, que chegavam a 27 mil, dos quais 25 mil paralisados.
Uma equipe composta por 35 servidores de outros cartórios está prestando ao Juizado 40 horas-extras mensais. A magistrada Flávia da Costa informou que a unidade acumula agora 10 mil feitos paralisados – uma redução de mais de 50%.Segundo relatório estatístico correspondente ao período de 20 de abril a 31 de julho, encaminhado pela juiz Gustavo Procópio, o número de sentenças emitidas no mês de abril de 2013 foi de 240. Após o regime, o mês seguinte já apresentou 1.494 sentenças, seguido de 1.870 em junho e 1.855 em julho, totalizando 5.459 nos quatro meses.
Já os despachos e decisões foram os seguintes, durante o mesmo período: 705 em abril; 1.414 em maio; 1.352 em junho e 2.179 em julho. Ao todo, 5.650.
Motivação e interação
O arquivamento de mais de 10 mil processos foi comemorado por todos que atuam no 2º Juizado Misto de Mangabeira – o que, segundo a juíza Flávia da Costa, faz parte do trabalho de motivação junto à equipe. Ela conta que são realizadas reuniões periódicas com os servidores de cada setor, bem como confraternizações para comemorar resultados e diz que é importante um espaço para o reconhecimento do trabalho de todos.
“Também estamos focando num bom atendimento, uma boa relação com o nosso público: o jurisdicionado”, acrescentou a magistrada, cuja preocupação é desmistificar a imagem negativa que a Vara possuía, e implantar um atendimento cada vez mais amigável e personalizado com cada um.
Para isso, os magistrados da unidade também oferecem atendimento ao público todas as segundas e quartas-feiras e, nestas ocasiões, a maioria das pessoas atendidas saem com uma solução ou um encaminhamento acerca de seu caso.
O atendimento também foi virtualizado para algumas situações, conforme explicou a juíza, que recebe diariamente uma lista de e-mails relacionados a processos em fase de execução. “Verifico cada feito e encaminho respostas a respeito, como o dia em que o jurisdicionado pode vir ao Fórum buscar um alvará, por exemplo”, informou.
A juíza também atribui o sucesso dos trabalhos à interação existente entre o gabinete e o cartório. “Fizemos de tudo para diminuir a distância entre estes espaços, temos um canal aberto, com muita troca de experiência, dúvidas esclarecidas e, assim, o trabalho flui melhor e mais rápido”, disse.
A chefe de cartório do 2º Juizado, Ivanusa Medeiros, concorda com a magistrada, quanto à importância da relação. “Muito magistrados pensam no cartório como um local separado do gabinete, mas todo o trabalho começa e termina no cartório e este trânsito é constante. Tem que haver esta parceria”, ressaltou.O reconhecimento
O reconhecimento pelo trabalho do 2º Juizado Misto de Mangabeira chegou à Ouvidoria de Justiça do Estado da Paraíba, através da manifestação de uma advogada, que elogiou os esforços implementados para minimizar os problemas existentes no Fórum em relação à alta demanda.
O documento foi encaminhado à Vara no dia 19 de julho, e ressalta a boa vontade dos servidores para com a solução dos problemas dos jurisdicionados e a acessibilidade aos magistrados. “Deixo a proposta de manterem a estrutura montada, que está, sim, dando bons resultados”, afirma a advogada, que prefere não ser identificada, para ficar à vontade de fazer reclamações ou reiterar elogios à Ouvidoria.
De acordo com o ouvidor-geral de Justiça, desembargador Fred Coutinho, em seis meses de funcionamento, o órgão já foi acionado 1.725 vezes, para reclamações, críticas, denúncias, sugestões e elogios. Em relação aos últimos, ele afirma: “São, sem dúvida, um reconhecimento pelo esforço daqueles que fazem o Judiciário e atuam para dar solução aos processos daqueles que estão aguardando um direito ser reconhecido”.
Gecom TJPB - Gabriela Parente






