Seminário reúne sociedade e fortalece campanha “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil”
Mais de 300 pessoas se reuniram no auditório do Fórum Cível da Comarca da Capital nesta quinta-feira (10). Entre autoridades, organizações civis e adolescentes, um único objetivo imperava: a erradicação do trabalho infantil. A abertura da solenidade foi com o Coral Canto Pequeno, da Casa Pequeno Davi. O juiz Sivanildo Torres esteve presente na mesa, representando o presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Luiz Silvio Ramalho Júnior.
A coordenadora do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e proteção ao Trabalhador Adolescente na Paraíba, Maria Senharinha Soares Ramalho, explicou que toda a sociedade deve tomar conhecimento dos prejuízos causados. “A criança que trabalha tem o índice de repetência maior, sofre defasagem e culmina com a evasão escolar”, afirmou.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há cerca de 110 mil crianças em situação de exploração na Paraíba, principalmente na agricultura. “Mas, esses números ainda não revelam a realidade, porque não registram os casos das que estão na atividade doméstica e sexual”, revelou a coordenadora.
Maria Senharinha informou que estão sendo enviados banners com o “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil” para os municípios que têm o Peti (Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil), além de convocá-los a fazerem ações em 12 de junho, dia Mundial e Nacional de Combate. “Desta forma, vamos integrar todo o Estado neste projeto”, afirmou.
De acordo com o coordenador administrativo da Casa Pequeno Davi, Dimas Gomes, é necessário sensibilizar a sociedade para enfrentar a exploração do trabalho de crianças e adolescentes, cujos índices no, Brasil, ainda são altos: cerca de 5 milhões (Fonte: IBGE). “A casa elegeu o trabalho infantil como um dos eixos porque era um cenário muito comum no bairro do Róger. Em 2002, constatamos que cerca de 80% das crianças do bairro estavam envolvidas nesta área”. E o trabalho era realizado no lixão ou no centro da cidade como pedintes. “É essencial que a sociedade denuncie os casos, e não contribua para a permanência dos jovens nas ruas, evitando dar esmolas”, ressaltou Dimas.
Segundo o coordenador, a retirada do lixão, o envolvimento da família e a conscientização da sociedade fizeram com que os números reduzissem, “mas o ideal é zerar”, destacou. A Casa Pequeno Davi trabalha com a família, a escola e os educadores da comunidade. Desenvolve atividades esportivas e culturais, complementares à escola.
Para denunciar casos de trabalho infantil, o cidadão deve ligar para o disk 100, ou recorrer ao Conselho Tutelar mais próximo.
Por Gabriella Guedes