TJPB, MPPB e OAB avançam na elaboração de campanha de combate às drogas na Paraíba
Dando continuidade às discussões para elaboração da campanha estadual de combate às drogas, iniciada na sexta-feira (4), membros do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Ministério Público estadual (MPPB) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-seccional PB) voltaram a se reunir nessa terça-feira (8), com a participação de autoridades políticas e religiosas, bem como representantes de setores da educação e da comunicação. O objetivo foi articular estes segmentos na adesão à campanha que visa sensibilizar a sociedade quanto ao problema das drogas.
A vice-presidente do TJPB, desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti, disse que esta segunda reunião teve o objetivo de traçar linhas de atuação para cada entidade participante da mobilização. “É momento de definirmos as ações, o material de apoio que será utilizado, as peças publicitárias, vídeos educativos, para, posteriormente, criarmos um calendário e percorrermos as escolas, levando esta conscientização”, afirmou.
O convidado para gerenciar o programa de políticas antidrogas no Estado, Deusimar Vanderley Guedes, afirmou, durante o encontro, que a articulação envolvendo diversas áreas é importante para que todos percebam a responsabilidade que têm frente ao problema. “Estamos acostumados a associar a questão das drogas à polícia, quando, na verdade, ela também é caso de saúde pública, educação e religião. E todos nós já estamos sofrendo as consequências deste mal, direta ou indiretamente”, observou.
Ele apresentou uma peça publicitária para ser rodada em televisão e rádio e falou que a campanha inclui, ainda, folderes e cartazes com abordagens sobre todas as drogas, inclusive as lícitas, porém, com destaque ao crack, “já que este tem trazido preocupações alarmantes e imediatas”.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Gustavo Gominho, apoiou, enfaticamente, a iniciativa, acrescentando a urgência de um trabalho voltado para desestimular o consumo. “O tráfico é um crime que obedece à lei do mercado: enquanto houver quem consuma, haverá quem venda. Portanto, a melhor solução ainda é a prevenção”, ressaltou.
O representante da OAB-PB, Nildo Moreira Nunes, defendeu a realização de uma campanha a longo tempo, visto que, por ser medida educativa, os resultados precisam de prazos maiores para serem observados.
Também foram discutidas as datas para lançamento da campanha, anteriormente prevista para o dia 18, mas, em virtude do foco ser a escola, foi posto em dúvida se junho e julho seriam meses aconselháveis, em face de serem períodos de férias, festejos juninos e Copa do Mundo, podendo, assim, ser ineficaz em relação ao principal alvo.
Guilherme Lima, representante do Sistema Paraíba de Comunicação, atentou, também, para a necessidade de um comitê especializado para tomar a frente do projeto, onde especialistas ficassem responsáveis por suas áreas. “A repressão, por exemplo, deve ficar a cargo da segurança; reabilitação é caso de saúde e a prevenção, sob autonomia de setores educativos e religiosos”, sugeriu.
Ao fim, a desembargadora Maria de Fátima propôs a participação de novos membros a serem convidados para o próximo encontro e disse que “esta campanha é um trabalho sério e de grande responsabilidade social”.
Quanto à data da próxima reunião, ficou definido que, na próxima quinta-feira (17), uma comissão, ainda a ser formada, irá traçar os projetos de trabalhos para cada setor, assim como selecionar uma agência de publicidade que se encarregará da produção do material veiculado na mídia.
A reunião foi encerrada com uma oração feita por todos os presentes. Compareceram, ainda, o subprocurador-geral de Justiça, José Roseno Neto; o vereador Geraldo Amorim; o arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto; o pastor Estevam Fernandes; o comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba, Wilde de Oliveira Monteiro; e os representantes da TV Tambaú e dos Associados Paraíba, respectivamente, Cacá Martins e Heloísa Maia.
Por Gabriela Parente