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Publicado em: 19/06/2008 - 12h00 Tags: Geral, Legado

Totalmente recuperado, CETA reinicia suas atividades com celebração eucarística — e já trata de sete outros jovens

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por Evandro da Nóbrega,


coordenador de Comunicação Social do Judiciário paraibano


 


Uma celebração eucarística, oficiada na manhã desta quinta-feira, 19 de junho, assinalou o reinício dos trabalhos do CETA (Centro Terapêutico do Adolescente “Desembargador Raphael Carneiro Arnaud”), benemérita entidade assistencial mantida pelo Tribunal de Justiça da Paraíba.


 


O CETA funciona nas imediações de Mata Redonda, à margem da rodovia que liga João Pessoa a Recife, mais exatamente numa granja de <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" /?>5 hectares, cedida ao Poder Judiciário, em regime de comodato, por seu proprietário e saudoso amigo da Justiça, o empresário Erlie Amorim, cujo retrato se encontra devidamente aposto numa das dependências da Casa de Apoio do Centro.


 


PADRE FRANCISCO LEÔNIDAS


O padre Francisco Leônidas da Silva — um dos co-fundadores do Centro e seu atual diretor-administrativo, exercendo também o sacerdócio no local, sempre a convite do presidente do TJ-PB, desembargador Antônio de Pádua Lima Montenegro — foi o celebrante da missa. Ao ato litúrgico compareceram dirigentes e servidores do Poder Judiciário, funcionários do próprio CETA e pais de adolescentes aí tratados.


 


Explicou o sacerdote que a missa foi rezada a pedido do desembargador-presidente e teve por objetivo “trazer proteção e bênçãos para o pleno funcionamento do CETA”, assim como votos de êxito aos sete jovens cujo tratamento de desintoxicação se iniciaria no dia seguinte (20 de junho). Além do tratamento, os jovens recebem aulas técnicas e disciplinares, visando à sua reinserção na sociedade e no mercado de trabalho.


 


DESEMBARGADOR PÁDUA


O mais exultante com o reinício dos trabalhos do CETA era o desembargador-presidente Antônio de Pádua. Afinal, o atendimento prestado pelo Centro voltava a ser efetivo, depois de um ano e meio de ingentes trabalhos de recuperação e revitalização da entidade. O chefe do Poder Judiciário agradeceu o empenho dos auxiliares que o ajudaram diretamente na tarefa de recuperar em toda a linha este importante Centro: o secretário de Recursos Humanos do Tribunal, Dr. José Antônio Coelho Cavalcanti; e a coordenadora da Infância e da Juventude, Dr. Cibele Maria de Oliveira Almeida.


 


Agradeceu também à significativa colaboração dada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Aldo Pagotto; pelo padre Francisco Leônidas, “vocacionado para o tipo de trabalho que aqui se realiza” e retirado da Paróquia de Caaporã “a fim de que se dedicasse, em tempo integral ao CETA, campo fértil para o exercício de seu ministério sacerdotal e de seu apostolado evangelizador”, com “a tarefa hercúlea de reorganizar o Centro”; pela Dra. Isa Silva de Arroxelas Macedo, secretária-executiva do Desenvolvimento Humano do Estado; pelos servidores do Tribunal de Justiça especialmente envolvidos nos trabalhos de recuperação — em particular o bacharel Robson de Lima Cananéa, secretário-geral da Corte; o Dr. Márcio Roberto Soares Ferreira, secretário da Presidência do TJ-PB; o Dr. Ricardo Alexandre de Oliveira Lima, coordenador de Engenharia; o Dr. Antônio Cláudio Massa Ximenes, coordenador de Arquitetura; e o Dr. Walter Madruga, coordenador de Serviços Gerais.


 


AGRADECIMENTOS À AEMP


Além disto, o presidente do TJ-PB agradeceu, de modo especial, “à valiosíssima colaboração e contribuição da AEMP (Associação das Esposas dos Magistrados e das Magistradas da Paraíba)”, na pessoa de sua presidente, a Dra. Maria do Socorro Brasileiro Lima Montenegro; da vice-presidente da entidade, Dra. Rosane Gomes; das Dras. Silvana Trombetta e Fernanda Gadelha, assessoras da Presidência da AEMP; da Sra. Adriana Nunes, representante da AEMP em Campina Grande; e de todas as associadas que, direta ou indiretamente, contribuíram com doações.


 


Todas as peças de vestuário, cama e banho do CETA foram doadas pelas aempianas de Campina Grande; e os utensílios de copa e cozinha, pelas aempianas da Capital. A Sra. Anadélia *** doou um aparelho de TV à Sala de Leitura “Escritor Ariano Suassuna”, do Centro.


 


SEM MAIORES CUSTOS


Pela ação conjunta de todas as pessoas que ajudaram na recuperação do órgão, a Administração Superior do TJ-PB conseguiu reformar o CETA praticamente sem maiores custos para o Poder Judiciário paraibano.


 


E essa missa de reinício dos trabalhos do CETA também contou com a presença de músicos da Fazenda Esperança, localizada nas proximidades do CETA — e que igualmente tem por missão tratar dependentes químicos e reinseri-los na sociedade.


 


COMPROMISSO SOLENE


O desembargador-presidente Antônio de Pádua reafirmou seu compromisso solene de “apoiar sempre esta obra de alcance nobilíssimo, enquanto estiver na Presidência do Tribunal de Justiça”.


 


Também estava presente (e recebeu homenagem especial do desembargador-presidente) todo o corpo de professores, assistentes sociais e psicólogos que trabalham junto ao CETA. O desembargador Pádua pediu aos pais dos adolescentes tratados e/ou em tratamento no sentido de que mantivessem inalterada sua fé na continuidade do trabalho do Centro. Fez votos, ainda, de que os sete adolescentes que agora iniciam seu tratamento recuperem-se totalmente e logo retornem ao lar como bons filhos e cidadãos de bem.


 


DEPOIMENTO DE UM PAI


Trata-se de jovens oriundos de comunidades carentes, filhos de pais que trabalham o dia inteiro e pouco puderam fazer para evitar que seus filhos ingressassem no abominável mundo das drogas. Um dos pais presentes, Francisco, deu seu depoimento:


 


— Meu filho começou a sair de casa nos finais de semana. Passava dias fora e eu não sabia onde ele estava. Apenas em dezembro do ano passado, quando ele foi detido, é que tomei conhecimento do que ocorria. Cheguei a me mudar para outro endereço, para ver se ele se afastava das más amizades. Foi pior: ele se envolveu com mais gente ainda. Em quatro anos, passei por 12 conselhos tutelares e não tive êxito. A partir do momento em que entraram novos conselheiros tutelares foi que vi: valia a pena contar todos os meus problemas e pedir ajuda.


 


NOVA CHANCE DE VIDA


E prosseguiu seu Francisco, pai de um adolescente de 16 anos: “No Bairro dos Estados, me indicaram a Dra. Betânia, na 2ª. Vara da Infância e da Juventude, que conseguiu vaga para meu filho, no CETA. Imediatamente, localizei-o e o levei para o Juizado, onde conversamos. E ele demonstrou o interesse em vir se tratar aqui. Viu que valia a pena sair daquela vida que levava”.


 


Essa é a missão do Centro Terapêutico do Adolescente: dar nova chance, nova oportunidade, novos objetivos, novas metas a crianças e adolescentes marginalizados, cujos pais estavam por assim dizer perdidos, sem saber como ajudá-los. Mas, ao procurarem ajuda no Juizado da Infância e da Adolescência, receberam toda a assistência possível, todo o apoio, todas as instruções, da equipe escolhida pela Presidência do TJ-PB, para enfrentar com êxito todos esses problemas e crises.


 


RECENTEMENTE REINAUGURADO


Recorde-se que, em 21 de fevereiro próximo passado, quando entregou as obras de restauração, reforma e ampliação do CETA, com todas as melhorias lá introduzidas, o presidente do TJ-PB, desembargador Antônio de Pádua, relembrou que o Centro foi criado na gestão do desembargador José Martinho Lisboa (Biênio 1999-2000), quando o atual desembargador-presidente era vice-presidente do TJ-PB.


 


O CETA, desde seu primeiro momento de existência, sempre teve o elevado propósito de atender adolescentes com passagem pelo sistema de Justiça, em decorrência do uso maléfico de drogas.


 


RENASCENDO DAS CINZAS


Mas, quando o desembargador Antônio de Pádua assumiu a Presidência do TJ-PB, o CETA estava na prática destroçado, em termos administrativos — e em ruínas, quanto à sua estrutura física. Não havia, então, a sensibilidade e a vontade política no sentido de fazer funcionar condignamente o Centro. Como disse o desembargador Pádua, quando da recente (re)inauguração da entidade:


 


— Tomei conhecimento de que o Padre Francisco Leônidas da Silva, o primeiro Diretor, convidado por mim para novamente dirigi-lo, teria chorado ao ver destruído tudo quanto fora feito sob sua operosa gestão. Nem por isso, desanimou, arregaçando as mangas e iniciando o longo e penoso trabalho de restauração que ora festivamente inauguramos. Agora, feliz, ele contempla sua fênix ressurgida das cinzas e chora de alegria. “Os que em lágrimas semeiam, com alegria colherão”. 


 


TRANQÜILIZANDO OS USUÁRIOS


Em discurso feito quando da (re)inauguração do Centro, o presidente do TJ-PB havia tranqüilizado os pais, adolescentes e servidores quanto ao funcionamento da casa assistencial. E acrescentara: “O que juntos fizemos, fazemos e faremos pelo CETA é obra agradável a Deus e, por isso, ninguém, por mais poderoso e influente que seja, conseguirá frustrá-lo”.


 


O Tribunal de Justiça investiu cerca de R$ 100.000,00 na recuperação da Casa de Apoio; das duas salas anexas; das Casas São Francisco e Santa Teresinha; da Casa Padre Alfredo; na instalação da lavanderia coletiva; na construção da Capela dedicada a Santo Antônio de Pádua, iniciativa do padre Francisco Leônidas.


 


REGIME DE INTERNATO


Segundo relata a jornalista Gabriella Guedes, que cobriu a missa de reinício dos trabalhos para a Coordenadoria de Comunicação Social do Judiciário paraibano, a faixa etária da população atendida pelo CETA é de 12 a 18 anos. A capacidade de atendimento é de 20 adolescentes do sexo masculino, oriundos das camadas mais pobres da população, encaminhados pelo Juizado de Direito da Primeira Vara da Infância e da Juventude da Comarca da Capital.


 


Em regime de internato, os adolescentes vêem-se submetidos, para sua recuperação, a atendimento médico, odontológico, psiquiátrico, pedagógico e até psicossocial, em instituições de serviços especializados para adolescentes. Além do mais, recebem formação religiosa e, de igual modo, participam de cursos profissionalizantes, atividades desportivas e empreendimentos culturais.


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