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Publicado em: 20/10/2008 - 12h00 Tags: Geral, Legado

Juiz-Auxiliar Marcos Jatobá Filho diz que Pádua elegeu como prioridade o resgate da dignidade dos servidores, sem esquecer a distribuição de Justiça


por Evandro da Nóbrega,
coordenador de Comunicação
Social do Judiciário paraibano


Durante as homenagens ao desembargador-presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Antônio de Pádua Lima Montenegro, pelo transcurso de seu natalício, o orador escolhido para saudá-lo, em nome dos servidores do Judiciário, foi o Dr. Marcos Aurélio Pereira Jatobá Filho, juiz de Direito da Comarca da Capital e juiz-auxiliar da Presidência da mais alta Corte de Justiça do Estado.


Entre outras considerações, o Dr. Marcos Jatobá Filho disse que o amor pela toga, desde cedo demonstrado pelo desembargador Antônio de Pádua, “ajudou-o a superar todas as adversidades que encontrou, ao longo de uma bem-sucedida carreira. E revelou uma notável faceta de Administrador Público, como Chefe do Poder Judiciário Estadual, elegendo como prioridade o resgate da dignidade e da auto-estima dos nossos servidores, sem olvidar, ainda, da presteza e eficácia da nossa atividade-fim, que é a distribuição de Justiça”.


— São virtudes a serem observadas por aqueles que tiveram ou têm o prazer de servir à Administração sob o comando do Desembargador Pádua, pois nem todo o conhecimento das Leis, nem o domínio da arte de administrar são suficientes para realizar algo duradouro, sem uma estupenda dose de paciência, serenidade e generosidade — prosseguiu o Dr. Marcos Jatobá.


 
FORÇA REVITALIZADORA


Antes, havia dito o orador que os servidores do Judiciário habituaram-se a ouvir e acatar as determinações do desembargador-presidente Antônio de Pádua, “assimilando e empregando as saudáveis admoestações que recebemos, porque admiramos o seu senso de justiça e a grande paciência com que enfrenta as questões mais espinhosas. Até mesmo o seu desagrado, raras vezes manifestado, é uma força revitalizadora, como sucede com a firmeza dos homens justos que cultivam a paciência, mas exigem ação”.


Citando uma das 700 linhas do clássico sanscrítico Bhagavad-Gītā  “A Canção do Senhor”, parte do célebre épico indiano Mahābhārata “A Grande Índia” ou, numa tradução mais livre do sânscrito e do hindi,“A Grande História do Dinastia Bhārata”, o Dr. Marcos Jatobá aplicou ao desembargador-presidente Antônio de Pádua o espírito do verso 9 do quinto capítulo dessa vetusta obra: “Aquele que trabalha com devoção, que é uma alma pura e que controla a mente e os sentidos é querido por todos, e todos lhe são queridos. Embora sempre trabalhe, essa pessoa nunca se enreda”.


 
A ÍNTEGRA DO DISCURSO


A seguir, a íntegra do discurso do Dr. Marcos Jatobá Filho:


Excelentíssimo Senhor Desembargador Antônio de Pádua Lima Montenegro, Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba;


Dra. Maria do Socorro Brasileiro Montenegro, Presidente da Associação das Esposas de Magistrados e Magistradas da Paraíba;


Excelentíssimos Senhores Magistrados;


Ilustríssimos Senhores Secretários, Coordenadores, assessores e demais colegas da Administração:


Fui incumbido pelos colegas de proferir algumas palavras, na ocasião festiva em que nos reunimos, para celebrar a vida de nosso Presidente, o Desembargador Pádua.


Como ninguém ignora, não sou hábil com palavras; mas procurarei orientar-me pelo coração, que é o melhor conselheiro, com simplicidade e brevidade, pois como disse Luiz XIV, Rei da França, “é extremamente difícil falar muito sem falar demais”. Foi o que aprendi quando assessorei o nosso homenageado, há quase dez anos.


Neste momento, não há como esconder a satisfação que sentimos pela melhora da saúde do Desembargador Antônio de Pádua e o seu regresso ao nosso convívio.


Habituamo-nos a ouvi-lo e acatar as suas determinações, assimilando e empregando as saudáveis admoestações que recebemos, porque admiramos o seu senso de justiça e a grande paciência com que enfrenta as questões mais espinhosas. Até mesmo o seu desagrado, raras vezes manifestado, é uma força revitalizadora, como sucede com a firmeza dos homens justos que cultivam a paciência, mas exigem ação.


O amor pela toga ajudou-o a superar todas as adversidades que encontrou, ao longo de uma bem-sucedida carreira. E revelou uma notável faceta de Administrador Público, como Chefe do Poder Judiciário Estadual, elegendo como prioridade o resgate da dignidade e da auto-estima dos nossos servidores, sem olvidar, ainda, da presteza e eficácia da nossa atividade-fim, que é a distribuição de Justiça.


São virtudes a serem observadas por aqueles que tiveram ou têm o prazer de servir à Administração sob o comando do Desembargador Pádua, pois nem todo o conhecimento das Leis, nem o domínio da arte de administrar são suficientes para realizar algo duradouro, sem uma estupenda dose de paciência, serenidade e generosidade.


O compromisso assumido por todos para com a Administração deste Poder Judiciário impede que planejemos nossas ações sem antecipar-lhes as conseqüências, muitas vezes, sérias, porque se não o fazemos e cometemos erros, será mais difícil admiti-los, e deixando de admiti-los, não nos tornamos pessoas melhores. E esquecemos que as instituições, as organizações e os Estados não existem de verdade, e que apenas as pessoas são reais. Únicas, sonham, sofrem e aspiram pela felicidade. Acertam, erram, tornam a errar, mas aprendem.


E o Desembargador Antônio de Pádua conta entre aqueles que têm no ofício escolhido uma dádiva, na medida em que, confiando nos próprios sentimentos e na voz do coração, podem praticar cotidianamente o bem e distribuir a verdadeira Justiça.


No Capítulo 5, verso 9, do Bhagavad-gita, o principal suporte literário para a grande civilização religiosa da Índia, estão insculpidas as seguintes palavras: “Aquele que trabalha com devoção, que é uma alma pura e que controla a mente e os sentidos é querido por todos, e todos lhe são queridos. Embora sempre trabalhe, essa pessoa nunca se enreda”.


Sem considerar o aspecto puramente devocional daquele verso, aquele que labora com consciência e coração abertos torna-se, como o nosso homenageado, um veículo para a realização do bem, e isso o distingue, ao mesmo tempo em que inspira os demais. No desempenho das atribuições de seu cargo, procura guardar coerência com as qualidades que exercita em outros aspectos de sua vida, equilibrando a seriedade severa, o espírito público, a energia, a ternura e um bom humor que chega a surpreender aqueles que o encaram como um homem solene e fleumático.


Em casa, como no trabalho, não há diferença. E em qualquer outro lugar, assim como a água que se distribui por todos os galhos e folhas de uma planta, sem deixar de chegar ao mais humilde dos ramos. E o viço da planta é a sua única recompensa. Por isso, como a água, sua ausência é tão sentida, e a sua presença, tão desejada e tão querida.


Quem não vive segundo o que acredita, não acredita” (Thomas Fuller, 1654-1734). E a vida cotidiana do Desembargador Antônio de Pádua é o espelho de suas crenças e valores morais, inspirados por uma religiosidade longe da beatice e por uma formação ética e religiosa à qual os jovens de hoje quase não têm mais acesso.  E uma vida abençoada como a de Antônio de Pádua tem uma razão de ser, pois é devotada a amar e a servir, guardando temor a Deus em tudo o que pensa e faz, como ensina o Livro dos Livros, no Eclesiástico, 33:1:


A quem teme o Senhor não sobrevirão males; antes, Deus o guardará na tentação e o livrará das desgraças


É entusiasmante acompanhar um grande Magistrado, que se notabilizou por uma longa carreira sem nódoa, permanecer motivado a realizar sempre mais, trabalhando com afinco e passando o exemplo de que é possível chegar ao ápice da carreira sem estagnação.


Finalizando, volto ao Gita, nas palavras do Verbo Divino, dirigidas a todos os que têm Fé e buscam a unidade entre uma vida plena e a crença num Poder Maior, não importando o nome que se lhe dê:


Aquele que Me vê em toda a parte e vê tudo em Mim jamais Me deixa, tampouco Eu o deixo”. (Capítulo 6, verso 30)


Deus continue a abençoá-lo, e a toda a sua maravilhosa família.

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