“Justiça Cognitiva” é apresentada para servidores e magistrados de órgãos da Justiça paraibana
Ferramenta de inteligência artificial possibilita a conexão
entre sistemas judiciais eletrônicos
Magistrados, conselheiros e servidores do Tribunal de Justiça da Paraíba, Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal Regional Federal, Tribunal de Contas e Ministério Público participaram, nesta terça-feira (13), da divulgação de um sistema denominado “Justiça Cognitiva”, que possibilita a conexão de todos os sistemas judiciais eletrônicos de um Tribunal. A ferramenta tecnológica proporciona a consulta à jurisprudência, à doutrina e à legislação aderente à matéria que esteja sendo tratada em qualquer processo, por meio de notebook, tablet ou de smartfone.
O evento foi aberto pelo presidente da Corte de Justiça, desembargador Joás de Brito Pereira Filho, que ressaltou a importância da interoperabilidade, ou seja, a capacidade de um sistema se comunicar, de forma transparente, com outro sistema, semelhante ou não. Ele ressaltou que esta é uma preocupação da presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, que quer ver todos os Tribunais do país interligados.
Joás aproveitou para saudar o presidente do Tribunal de Contas da Paraíba, conselheiro André Carlo Torres Pontes, e todos os juízes, servidores e representantes de outras instituições presentes à palestra. André Carlo também falou da necessidade da modernidade tecnológica, para que os órgãos públicos possam otimizar as suas ações, em favor da coletividade.
Ao falar sobre o sistema apresentado ao Judiciário paraibano, Antônio Leite, diretor Regional da empresa espanhola Indra, responsável pela ferramenta, disse que o “Justiça Cognitiva” é um conceito que está sendo trazido da Europa para o Brasil, a fim de atender um segmento do Judiciário mais voltado para os magistrados.
“Esse sistema tem como base a uniformização e o ambiente de colaboração para os profissionais e para os juízes, proporcionando mais produtividade e eficiência em seu trabalho do dia a dia”, afirmou Leite, acrescentando que a ferramenta usa inteligência artificial como uma proposta de apoiar o juiz a fazer o melhor trabalho. “A inteligência artificial é um ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas, enfim, a capacidade de ser inteligente”, observou o funcionário da Indra.
O juiz Antônio Silveira Neto, que participou da apresentação, disse ter percebido a preocupação da Diretoria de Tecnologia da Informação do Tribunal de Justiça em disponibilizar um sistema que ajude o juiz na análise do processo e na elaboração das decisões. “Essa é uma preocupação importante. A vantagem que vi, nesse sistema, é que ele vai fazer com que o trabalho do juiz tenha mais agilidade, na medida em que disponibiliza para o magistrado a jurisprudência, as leis e faz uma leitura do processo de maneira automatizado, compartilhando, inclusive, os argumentos usados pelas partes, facilitando a decisão a ser tomada no processo”, afirmou Silveira.
Já o diretor de Tecnologia da Informação do TJPB, Ângelo Giuseppe Guido, disse que a inteligência artificial é uma tendência que está acontecendo não só no mundo jurídico. “A ideia da palestra foi para que os Tribunais, Ministério Público e demais órgãos estaduais e federais possam conhecer essa ferramenta que permite, segundo o palestrante, o compartilhamento de dados, de informação. Esses órgãos aqui presentes trabalham com um volume grande de processos e a proposta é se buscar algo que venha facilitar o trabalho de quem, cada vez mais, precisa decidir. Aqui, no nosso caso, seriam os magistrados”.
A apresentação do “Justiça Cognitiva” foi feita por Eládio Alcazán, espanhol, especialista na área de Justiça da Indra. A empresa espanhola atua em 142 países e conta com sete mil funcionários no Brasil.
Por Eloise Elane
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