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Publicado em: 11/06/2021 - 20h28 Atualizado em: 11/06/2021 - 20h29 Tags: Altos Estudos em Audiência de Custódia

Magistrados paraibanos encerram painel de debates sobre “Altos Estudos em Audiência de Custódia”

Os magistrados Andrea Arcoverde Cavalcanti Vaz (auxiliar da Vara de Execução Penal da Comarca de João Pessoa e membro do Grupo de Monitoramento do Sistema Penitenciário) e Fábio José de Araújo (juiz corregedor e titular da 4ª Vara Criminal de Campina Grande) foram expositores, no final da tarde desta sexta-feira (11), no último painel do evento “Altos Estudos em Audiência de Custódia”, com a abordagem do tema “Interiorização das Audiências de Custódia: Desafios e Soluções”.

O encontro, que ocorreu por videoconferência, durante todo o dia, foi promovido pelo Conselho Nacional de Justiça, em parceria com os Tribunais de Justiça da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Contou com a participação de desembargadores, magistrados, promotores, defensores públicos, advogados e consultores do CNJ.

Sendo a primeira expositora, a juíza Andrea Arcoverde cumprimentou os desembargadores do TJPB Fred Coutinho e João Benedito, a desembargadora do TJRN, Zeneide Bezerra e demais autoridades presentes. Ela disse ser uma grande satisfação está participando do evento e expôs o trabalho que vem sendo realizado pela Vepe com relação à audiência de custódia e o impacto positivo da inclusão deste instituto no sistema penitenciário de João Pessoa. A magistrada citou, como exemplo, a situação do Presídio do Róger, no qual, conforme os dados expostos por ela, em 2015, quando foi implantada a audiência de custódia, a instituição penal estava com superlotação. Segundo o levantamento apresentado pela juíza, em janeiro de 2016 havia 1.448 presos provisórios, hoje, após seis anos, esse número reduziu para 588, havendo 500 vagas.

“Eu venho acompanhando a execução da audiência de custódia desde 2015, e, com certeza no sistema penitenciário de João Pessoa ela foi muito impactante, desde o início, mudando realidades verdadeiramente e eficientemente. O reflexo do que foi em João Pessoa é muito importante para o sistema penitenciário da Paraíba”, ressaltou Andrea Arcoverde, enfatizando o forte alinhamento do trabalho que vem sendo realizado entre o Núcleo de Custódia e as Varas de Execução Penal.

Durante os debates, a magistrada expôs, também, como modelo de prática eficaz, a parceria entre o TJPB e a Secretaria de Segurança Pública para a retomada das audiências de custódia por videoconferência devido a pandemia da Covid-19. “Não tivemos nenhum problema, nenhuma reclamação de advogados. É um trabalho que vem sendo conduzido de forma eficiente e muito produtiva”, realçou.

Por sua vez, o juiz Fabio José falou sobre os desafios na interiorização da audiência de custódia. A princípio, o magistrado elencou três razões de ser da audiência de custódia, que foram: jurídica (adequação da legislação brasileira e os tratados internacionais de defesa dos direitos humanos); pragmática (assegurar o direito à integridade física do custodiado) e jurídico-instrumental (identificar prisões ilegais e arbitrárias). O magistrado citou os desafios enfrentados para a atuação dos Núcleos de Custódia no processo de interiorização, a preocupação com a utilização dos dados resultantes das audiências de custódia já realizadas, tendo como objetivo a fomentação da análise permanente dos dados (em que medida estão sendo suficientes para revelar a realidade), dentre outros. O juiz corregedor revelou, do mesmo modo, como sugestão para o enfrentamento aos desafios da interiorização diversos fatores, dentre eles, a necessidade de especialização dos que atuam nesta seara, no exercício da função, e a criação e expansão dos Núcleos de Custódia com atuação de equipes multidisciplinar, citando o Termo de Cooperação firmado entre o TJPB e o Governo do Estado.

Ao final agradeceu a participação e elogiou o evento. “Talvez eu não tivesse participado, até então, de evento multidisciplinar repleto de pessoas em busca de uma jurisdição de qualidade e voltada para o social, com um tema tão sensível e importante como é o da audiência de custódia”, pontuou.

Encerramento – O encontro foi encerrado pelo Corregedor-Geral de Justiça, desembargador Fred Coutinho, que na ocasião representou o Presidente do TJPB, Desembargador Saulo Benevides, e agradeceu a participação de todos. Ele enalteceu a relevância do evento, bem como o trabalho de magistrados e servidores e todos os envolvidos com a organização e realização do evento.

“Foi uma satisfação muito grande participar do Altos Estudos em Audiência de Custódia, que promoveu o compartilhamento de experiências e discutiu formas para o aprimoramento e fortalecimento das audiências de custódia em todo o pais”, disse.

Em seguida, o presidente do TJRN, desembargador Vivaldo Pinheiro, também fez seu discurso de encerramento, onde parabenizou os magistrados, servidores e demais colaboradores do Rio Grande do Norte e da Paraíba na realização do evento.

Por Lila Santos/Gecom-TJPB

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