Primeiro ano do falecimento do desembargador Miguel Levino é lembrado pelos membros da Câmara Criminal
“Magistrado íntegro e homem iluminado”. Foi assim que os membros da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba lembraram, na manhã desta quinta-feira (18), do primeiro ano do falecimento do desembargador Miguel Levino de Oliveira Ramos, considerado um dos grandes nomes da Justiça paraibana. O magistrado, que faleceu aos 93 anos em decorrência de um infarto fulminante, é pai do presidente do TJPB, Márcio Murilo da Cunha Ramos, do desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos e do juiz Wolfram da Cunha Ramos.
O desembargador João Benedito da Silva, ao iniciar as homenagens, salientou a natureza conciliadora, sensata e humanista do magistrado. “O desembargador Miguel Levino tinha saber jurídico invejável, aliado à experiência de vida por todos admirada. Ele a todos escutava com paciência e sempre tinha uma palavra de conforto e esperança aos que o procuravam. Que os Céus o tenha na eternidade em lugar reservado aos homens que passaram por essa Terra e deixaram uma marca”, declarou.
Em seguida, o desembargador Carlos Martins Beltrão Filho frisou o quanto Levino foi referência na área jurídica, não apenas na Paraíba, como também em outros estados. “Eu tive a felicidade de conhecê-lo, pois era muito amigo do meu tio. Recordo muitas vezes em que o aconselhou na carreira jurídica, embora fossem contemporâneos. Ele deixou uma lacuna muito grande, além dos três filhos, que são grandes exemplos de colegas e magistrados. Fico feliz com a lembrança e o desembargador sabe que deixou amigos que cultuam a sua memória e preservam o seu nome”, afirmou.
Para o desembargador Arnóbio Alves Teodósio, o homenageado foi fundamental para a sua formação. “Além de juiz, ele tinha um lado social. Em Serraria, quando concluíamos o primário, tínhamos de parar de estudar. Sendo filho de trabalhador rural, trabalhei com meu pai, mas o desembargador Miguel Levino fundou uma escola na cidade para que os alunos dessem continuidade aos estudos. Então, me emociono muito quando lembro de sua contribuição na minha vida. Sei que ficou muito feliz porque os filhos seguiram o exemplo dele”, comentou.
O juiz convocado Carlos Eduardo Leite Lisboa lembrou que Levino, assim como o ditado afirma, ‘fazia o bem sem olhar a quem’. “Tive a honra de conviver e aprender com ele. Fui seu aluno e, quando foi ao meu casamento, me incentivou a ser juiz. Quantas lições me deu! Fica seu legado e exemplo para guiar a vida de todos os magistrados”, destacou.
Por sua vez, o desembargador Joás de Brito Pereira Filho, que também conviveu com o homenageado, contou o motivo de sua eterna gratidão. “Quando estava disputando uma das vagas do Quinto Constitucional, ele já era desembargador aposentado, mas, ao encontrar comigo em um evento da área jurídica, falou em alto e bom som: ‘aquele é o meu candidato’. Não posso esquecer desse gesto de simplicidade. Ele tinha uma visão extraordinária, como prova o fato de ter levado uma escola até o Município de Serraria”, ressaltou.
O promotor de justiça, Amadeus Ferreira Lopes, também aproveitou a oportunidade para prestar homenagem ao desembargador. “Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas ouvi histórias e aprendi muito com seus ensinamentos, que fortalecem os trabalhos na Câmara Criminal”, disse.
Por fim, o presidente da Câmara Criminal, desembargador Ricardo Vital de Almeida, afirmou considerar o magistrado um oráculo. “Há um dito do ‘rei morto, rei posto’ que não se aplica a Miguel Levino. Primeiro, porque a eternização da vida pelos atos de Miguel o fazem imortal. E, por ser imortal, posto rei nenhum dessa égide pode ser. Ele sabia como agregar e não somente durante o contato paulatino, mas desde a primeira chegada. Reitero o pleito de nossa gratidão no âmbito do justo e nada melhor do que sabermos ser justos”, concluiu.
Por Celina Modesto





