Projeto ‘Cuidar de mim’, do TJPB, será retomado na Grande João Pessoa a partir de março
Resgatar a autoestima da mulher vítima de violência doméstica e dar a oportunidade de fazer cursos de aprendizagem profissional para inserção no mercado de trabalho. Este é o objetivo do Projeto ‘Cuidar de mim’, de iniciativa da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJPB, que será retomado em março deste ano para mulheres que residem na Grande João Pessoa e municípios do litoral Norte e Sul. Além de acompanhamento psicológico e oferta de cursos profissionalizantes, o projeto ganhará, neste ano, a adesão da Patrulha Maria da Penha.
São, também, parceiros da iniciativa a Associação das Esposas dos Magistrados e Magistradas da Paraíba (Aemp), o Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) e o Sistema S, formado pelas instituições Sesc, Senai, Senac e Sesi da Paraíba, além do apoio das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher. De acordo com a coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJPB, juíza Graziela Queiroga, a adesão da Patrulha Maria da Penha ao projeto foi iniciada na última segunda-feira (17), durante reunião realizada na Aemp.
“O projeto visa atender as mulheres inseridas no ciclo da violência doméstica, para que, primeiro, possam resgatar a autoestima através de acompanhamento psicológico e, depois, por meio de cursos profissionalizantes, ela possa ser reinserida ou inserida no mercado de trabalho. Sabemos que muitas vezes a mulher permanece no ciclo de violência porque não tem condições de se auto sustentar ou sustentar sua família e filhos. Por isso, a iniciativa tem o objetivo maior de respaldar essa vítima, primeiramente, reconstruindo o seu ser mulher, cuidando de si mesma, para depois cuidar dos outros”, destacou a magistrada.
A expectativa é que tanto o acompanhamento psicológico quanto os cursos profissionalizantes tenham início no mês de março. Dentre as capacitações que serão ofertadas, estão as voltadas à estética, a exemplo de esmalteria e corte e cabelo, à gastronomia, como a parte de confeitaria, e ao corte e costura industrial. “Com o apoio da rede local, queremos ampliar o alcance da iniciativa, chegando a diversos municípios. Desse modo, vamos estreitar, ainda mais, os laços entre a rede de proteção. A Patrulha Maria da Penha, por exemplo, tem a pretensão de chegar à Região de Campina Grande neste primeiro semestre e, até o final do ano, estender as ações ao Sertão do Estado”, afirmou a juíza Graziela Queiroga.
Parcerias – Outro objetivo deste ano, conforme a magistrada, é buscar parcerias junto à iniciativa privada. “Queremos entrar em contato com empresas privadas para que elas abram vagas de emprego para as vítimas de violência que tenham feito os cursos profissionalizantes. É importante, além de resgatar a autoestima, possibilitar a independência financeira dessas mulheres”, enfatizou.
As vítimas podem ser encaminhadas ao Projeto ‘Cuidar de mim’ pelos juízes que julgam seus casos, pelas delegacias e pela Patrulha Maria da Penha, que têm material e panfleto contendo informações como contato, horário de funcionamento e endereço. “Fico feliz em poder retomar o projeto em 2020, gerando oportunidades às mulheres assistidas pela Patrulha. Teremos o feedback delas, do quão importante será ofertá-las tanto o acompanhamento psicológico quanto a profissionalização, para que possam se sentir empoderadas, capazes de gerir as próprias vidas e quebrarem com o ciclo da violência”, salientou a juíza Graziela Queiroga.
Por Celina Modesto / Gecom-TJPB









