Setembro Amarelo: Gevid e Aemp promovem palestra sobre saúde mental e prevenção ao suicídio
O ‘Setembro Amarelo’ é um movimento fundamental para a conscientização sobre a prevenção do suicídio e um alerta de como prevenir que esse ato extremo aconteça no ambiente de trabalho ou no convívio familiar. Ao jogar luz no tema, cercado de tabus e preconceitos, o Tribunal de Justiça da Paraíba, por meio da Gerência de Qualidade de Vida (Gevid), e a Associação das Esposas dos Magistrados e das Magistradas da Paraíba (Aemp), promoveram uma palestra abordando os cuidados com a saúde mental.
A iniciativa aconteceu na manhã desta quinta-feira (11), no Fórum Cível de João Pessoa e faz parte da programação do projeto ‘Setembro Amarelo: Caminhos para o bem-estar’. O professor e psicólogo convidado para tratar sobre esse tema foi o doutorando em Psicologia, Éverton Procópio de Souza.
Durante o evento, profissionais de Gevid atenderam servidoras(as) e juízas(as), realizaram aferição de pressão arterial, batimentos cardíacos, teste de glicose, fisioterapia (aplicação de tapes, auriculoterapia), distribuição de folders, roda de conversa e algumas dinâmicas coletivas.
“Nesse período é importante falar sobre vida, esperança e fé. Iniciativas como essa mostram o significado de valorizar o convívio social, acompanhar de perto a saúde física e mental e, não menos importante, a forma de como nos relacionamos no trabalho”, comentou a presidente da Aemp, a fisioterapeuta Nalva Coutinho. A presidente ainda disse que a Campanha Setembro Amarelo promove diálogo, acolhimento e informação. “Mais do que um mês de mobilização é um chamado para que cada pessoa pratique empatia, escuta e solidariedade, ajudando a salvar vidas e fortalecendo redes de apoio”, frisou.
Para a gerente da Gevid-TJPB, Valéria Beltrão, as psicólogas da Gerência de Qualidade de Vida dão suporte contínuo aos usuários que procuraram o serviço. “Normalmente, nossa equipe faz escutas psicológicas itinerantes, em várias comarcas. Neste mês, o foco é a saúde mental e o enfrentamento a ideias suicidas e estamos abertos ao atendimento. Sobre a palestra, conseguimos trazer o professor Éverton Procópio, um especialista nesse tema”, pontuou
Durante sua palestra, o professor revelou que, de acordo com uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a falta de cuidados com a saúde mental é uma das principais causas de afastamento do trabalho por parte de servidores(as) e magistrados(as) do Poder Judiciário brasileiro. “Na minha explanação falo, claramente, sobre isso. Entendo que esse é um momento para esclarecer esses dados, suas origens e consequências. O número de suicídio no Brasil e no mundo é alarmante, mas pode ser evitado”, destacou Éverton Procópio.
Ainda segundo o professor, o principal fator do suicídio é a impositividade. “Por incrível que pareça a impositividade, levada pelo desespero, angústia e dor, pode levar ao suicídio. Os processos depressivos mais severos também são responsáveis por essa triste estatística”, informou.
Sinais - Conforme o Ministério da Saúde, não há uma ‘receita’ para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo. Veja quais são os principais sinais.
O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante, pelo menos, duas semanas. Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.
Outro sinal é a preocupação com sua própria morte ou falta de esperança. As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos.
Também é importante ficar atento(as) a expressões de ideias ou de intenções suicidas. Alguns tipos de comentários podem parecer óbvio, mas muitas vezes são ignorados. Por exemplo; ‘Vou desaparecer’; ‘Vou deixar vocês em paz’; ‘Eu queria poder dormir e nunca mais acordar’; ‘É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar’.
As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.
Por Fernando Patriota / Fotos: Ednaldo Araújo












