“Vamos prestar justa homenagem à memória do excelentíssimo Desembargador Genival Ferreira Cajú, homem que dignificou a justiça por sua postura de magistrado exemplar, dedicadíssimo a judicatura e mestre do Direito, com relevantes serviços prestados à sociedade”, assim se referiu o Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides, ao abrir a solenidade comemorativa do Centenário de Nascimento (24/10/1921) do Desembargador Genival Ferreira Cajú, que ocorreu na tarde desta segunda-feira (8).

O evento, transmitido por meio virtual no canal oficial do Tribunal de Justiça no YouTube faz parte da programação cultural em comemoração aos 130 anos de fundação do TJPB, idealizada pela Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário, que é presidida pelo Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, com o apoio da Presidência do Tribunal.

Em seu discurso solene, o Desembargador-Presidente, Saulo Benevides saudou a todos que participaram da solenidade, em nome do arcebispo da Paraíba, Dom Delson (Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz), agradeceu especialmente ao Desembargador Marcos Cavalcanti pela iniciativa, e justificou a homenagem, destacando a necessidade de rememorar a trajetória de vida, lutas, desafios e conquistas de juízes e desembargadores que integraram a Justiça paraibana. “Para que os exemplos de independência e altivez, como do Desembargador Genival Cajú, sirvam de norte, que oriente as gerações atuais de magistrados, na solução dos problemas que enfrentamos”, pontuou.

A viúva do homenageado, Teresinha de Jesus Caju recebeu, simbolicamente, do Presidente Saulo Benevides, a placa da homenagem. “Eu fico muito feliz, muito lisonjeada. Ele merece muito mais, foi um juiz espetacular. Nada falhou naquele homem. Trabalhou muito, bom pai, bom marido e um homem muito correto. Eu só tenho a louvar essa iniciativa do Tribunal”, comentou.

 

Na sequência o Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque prestou homenagem, ressaltando a trajetória da vida pessoal e profissional do Desembargador Genival Ferreira Cajú, salientando, também na ocasião, o fato do Presidente Saulo Benevides, manter a tradição do Tribunal de homenagear os desembargadores, quando completam centenário de nascimento, e dar integral apoio aos trabalhos da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário.

“Rememorando as tradições, as lembranças, a cultura e integridade desses homens ilustres, que distribuíram Justiça ao longo de 130 anos no nosso Tribunal de Justiça da Paraíba”, enalteceu, enfatizando que a homenagem ao Desembargador Genival Cajú é de todos os desembargadores que compõem a Corte de Justiça paraibana.

 

O filho do homenageado, advogado Marcos Ferreira Caju agradeceu as homenagens, em nome da família, e discursou sobre seu pai, destacando o Desembargador Genival Ferreira Caju, como um homem sem vaidades, tímido, modesto, espirituoso e que gostava de poesias, tendo inclusive escrito um livro, não editado, intitulado “Candeia”, dedicado ao poeta Catulo da Paixão Cearense. “Dele poderia dizer que perderia um amigo, mas não a piada. Em tudo procurava razão de ser, a destinação divina, razão porque sempre dizia que o homem não foi feito para a vida, mas para o intinerário. Sabia enxergar as belezas das coisas e a externava em rimas”, frisou.

A solenidade reuniu Desembargadores, autoridades representantes do Governo do Estado, da Assembleia Legislativa, Prefeituras Municipais de João Pessoa e Campina Grande, Arquidiocese da Paraíba, Academia Paraibana de Letras, Justiça Federal, Procuradoria-Geral de Justiça, Corregedoria-Geral da Justiça, Escola Superior da Magistratura, Juízes auxiliares da Presidência do Tribunal de Justiça, magistrados diretores de Fóruns, diretores do TJPB e familiares do homenageado.

 

Sobre o homenageado - O Desembargador Genival Ferreira Cajú nasceu em Bonito de Santa Fé, iniciou suas atividades profissionais como promotor público substituto da Comarca de Itaporanga e ingressou na magistratura como juiz em Araruna, nomeado em 16 de junho de 1952. No 1º Grau, foi magistrado, ainda, nas Comarcas de Ingá, Itaporanga, Campina Grande e, em julho de 1967, foi removido para a 7ª Vara de João Pessoa.

Em 3 de outubro de 1988, o juiz Genival Cajú foi nomeado para o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba. O magistrado aposentou-se no mês de outubro de 1991. Também foi integrante do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) e presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba. Morreu em João Pessoa no dia 9 de janeiro de 2004, aos 83 anos, deixando nove filhos, 11 netos e dois bisnetos.

Por Lila Santos