Você sabia que o descarte correto de uma simples tampa plástica pode contribuir para a preservação dos oceanos e, ao mesmo tempo, gerar recursos para projetos sociais? Pensando nisso, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) firmou parceria com o Projeto ‘Tampa Solidária’ e vai iniciar, ainda no mês de agosto, a coleta desse tipo de material em suas unidades, fortalecendo a política de gestão de resíduos. 

Desta forma, o que antes seria descartado como lixo será transformado em um recurso com nova utilidade, promovendo não apenas a reciclagem, mas o cuidado com o meio ambiente.

Criado em 2023 por Hildevanio de Souza Macedo, o Projeto socioambiental tem como objetivo principal a redução da poluição plástica. Segundo o coordenador, a ação conta com diversos colaboradores no Estado, entre eles, o TJPB.

Os coletores serão instalados nos fóruns e prédios administrativos do Judiciário que estão situados na região metropolitana de João Pessoa, incentivando a redução de resíduos. Qualquer pessoa poderá contribuir com doações, que incluem tampas plásticas de garrafas pets, produtos de limpeza, cosméticos, desodorantes, entre outras.

No âmbito do Tribunal, a iniciativa é coordenada pelo Núcleo de Gestão Socioambiental (NGSA) e visa incentivar o descarte consciente, reduzindo o impacto ambiental causado por resíduos plásticos nos mares e oceanos, além de colaborar com ações sociais desenvolvidas pelo projeto.

Outras ações de conscientização

De acordo com Viviane Sousa, integrante do NGSA,  além da instalação dos coletores, o Núcleo vai realizar uma campanha de sensibilização dos servidores, com atividades educativas sobre a redução do plástico, além de um podcast institucional com foco na temática.

“São iniciativas que visam ampliar tanto o engajamento das pessoas com a causa, quanto o volume de material reciclável arrecadado”, explicou. A expectativa é de que a campanha também promova a conscientização ambiental entre magistrados, servidores, colaboradores e a população em geral.

Viviane acrescentou, ainda, que o projeto está alinhado ao Plano de Logística Sustentável (através da melhoria na gestão dos resíduos sólidos) e ao Plano de Descarbonização (por meio da redução da poluição nos oceanos) , ambos do TJPB. 

Projeto Tampa Solidária 

São parceiros da iniciativa empresas, escolas, igrejas, universidades e órgãos públicos do estado da Paraíba, bem como associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis da Região Metropolitana de João Pessoa.

O Projeto funciona por meio da arrecadação de tampas plásticas, que são encaminhadas para reciclagem, gerando recursos destinados a causas sociais, incluindo a causa animal. Uma parte do material é destinada também para a Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

“Cerca de 80% delas são comercializadas para a reciclagem. Uma parte do dinheiro arrecadado é utilizado para custear as despesas do Projeto e a compra de rações para cães e gatos, doadas aos protetores independentes de pets em João Pessoa. Com a outra parte, fazemos a compra de alimentos para um projeto que alimenta pessoas em situação de rua e famílias em situação de vulnerabilidade social na área central de João Pessoa”, informou Hildevanio.

Os demais 20% das tampas são encaminhados ao projeto de extensão da UFPB denominado ‘Mares Sem Plásticos’, coordenado pela professora doutora Cláudia Cunha, do Departamento de Química. “Assim, contribuímos também com ações de ensino e pesquisa sobre o reaproveitamento do plástico e sua utilização de forma mais sustentável”, acrescentou o coordenador. 

O Projeto soma dois anos de impacto positivo, mais de 3 toneladas de tampas recolhidas e um histórico de parcerias que geram transformação social, educação e preservação ambiental, além de solidariedade com pessoas e animais em situação de vulnerabilidade.

“Estamos felizes com mais esta parceria firmada com o TJPB. Juntos, poderemos sensibilizar os integrantes do Judiciário paraibano sobre os impactos causados pela poluição plástica no meio ambiente, bem como propor mudanças de hábitos cotidianos para transformar esta realidade”, concluiu Hildevanio.

Por Gabriela Parente

Arte: Malu Veras