Um domingo diferente, com brincadeiras, pipoca, algodão doce e personagens infantis, em comemoração antecipada ao Dia das Crianças. Foi assim o dia de visitas desse domingo (6) no Presídio Feminino Júlia Maranhão, em João Pessoa. Cerca de 60 crianças, que foram visitar suas mães e avós no estabelecimento prisional, puderam desfrutar, por algumas horas, de um momento de alegria em família. A iniciativa foi possível por meio de uma parceria entre a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência do TJPB e a Vara de Execução Penal da Capital.

Os parceiros da iniciativa privada, Popótamus Buffet, Imaginart Festas e Fantasias e Circus Festas, foram os responsáveis pela logística da comemoração. De acordo com a coordenadora da Mulher em Situação de Violência do TJPB, juíza Graziela Queiroga, o evento foi pensado para proporcionar às mulheres apenadas um momento de lazer junto aos filhos e netos. “Foi uma manhã muito festiva e feliz, na qual pudemos testemunhar mulheres comemorando com seus filhos em um local colorido e divertido, diferente da frieza que, normalmente, permeia o ambiente penitenciário”, afirmou.

A juíza auxiliar Andréa Arcoverde, da Vara de Execução Penal da Capital, enfatizou que a ação foi bastante positiva. “É sempre um momento importante para as mães que estão presas porque fortalece os laços afetivos familiares, além de proporcionar um dia de diversão junto aos filhos”, destacou a magistrada, acrescentando que esta é a primeira vez que a comemoração do Dia das Crianças no presídio foi realizada com estes parceiros.

Para a juíza Graziela Queiroga, ações desse tipo possibilitam a crença na ideia de que o sistema penitenciário deve, também, prezar pela humanidade e dignidade dos apenados, sob a perspectiva da ressocialização. “A Coordenadoria cuida das mulheres que sofrem violência doméstica, mas, também, temos a visão do todo, na essência de ser mulher”, salientou. 

Projeto Sempre Viva – Desde o início deste ano, a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência do TJPB vem promovendo ações com as mulheres apenadas do Presídio Feminino Júlia Maranhão. Uma delas é o projeto Sempre Viva, realizado por meio de parceria entre o órgão, a Vara de Execução Penal, a Secretaria de Administração Penitenciária e o Centro Universitário de João Pessoa (Unipê). A proposta é levantar o perfil das mulheres que cumprem pena no estabelecimento, para identificar outros tipos de violências ligadas à doméstica e às quais possam ter sido submetidas, a exemplo de ameaças para traficar entorpecentes. 

Por Celina Modesto / Ascom-TJPB