História da Preta Gertrudes e a Sala de Sessões do Pleno do TJPB impressionam estudantes em visita
A Preta Gertrudes foi uma escrava paraibana que recorreu à Justiça para não ser vendida em praça pública, como pagamento de uma dívida, e, para que isso não acontecesse, travou uma guerra judicial pela própria liberdade. E foi essa história que mais chamou a atenção dos 21 estudantes do Programa Jovem Aprendiz, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que visitaram o Museu do Poder Judiciário, nesta quarta-feira (02).
A iniciativa de abrir as portas do Tribunal de Justiça da Paraíba é da Comissão de Cultura e Memória do TJPB, presidida pelo desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque. Os alunos tiveram a oportunidade de assistir a uma sessão do Tribunal Pleno, momento em que o presidente da Corte, desembargador Fred Coutinho, felicitou os visitantes e, depois, os acompanhou na visitação.
“Nada melhor do que abrir as portas do Tribunal de Justiça para trazer e mostrar a nossa história para a juventude usufruir do nosso passado, no presente, na visão do futuro. O Tribunal de Justiça tem que estar de portas abertas e de mãos dadas com a sociedade”, enfatizou.
Os alunos foram acompanhados pelos servidores Marcos Alcântara e Clarice Santana, que explicaram sobre a história dos espaços visitados e dos objetos que compõem o museu. No roteiro, eles conheceram o Museu do Judiciário, a Exposição da Preta Gertrudes, a Galeria dos ex-presidentes do TJPB, a Sala de Sessões do Pleno do Tribunal, a sala de sessão da 4ª Câmara Cível (Pleno Histórico), Salão Nobre e o Museu e Cripta de Epitácio Pessoa.
História - A estudante do curso de Farmácia Brunna Lethicia da Silva Flores, de 20 anos, estava encantada em conhecer a força da Preta Gertrudes. “Serve de exemplo para a gente não esquecer a nossa história, e não repetir no futuro, no presente. E é bem marcante a história de uma mulher preta, que desde sempre a mulher nunca foi valorizada na nossa sociedade. E muito menos mulheres pretas. E ver a garra que ela teve de procurar a Justiça, o que não era comum na época, e depois de muita luta conseguiu. É de uma força impressionante”, falou.
O professor Alan James da Silva Matias observa a importância de conhecer a história do Judiciário. “Eu sempre digo que resgatar a história é algo fundamental para a gente entender a atualidade. E a história da Preta de Gertrudes é uma história de muita batalha diante da época que ela vivia. É importantíssimo resgatar essa história, trazer para eles a memória e saber que a gente tem que compreender o passado para poder entender melhor o presente”, comentou.
Estudantes de Direito - A sessão do Pleno também recebeu, nesta quarta-feira, a visita de 20 estudantes do primeiro período de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Beatriz Sousa informou que a turma foi incentivada na aula de Sociologia Jurídica. “Viemos nos ambientar, observar como que é aqui dentro de um Tribunal, como que é a postura dos profissionais de Direito”, colocou a aluna.
O corregedor-geral de Justiça, desembargador Leandro dos Santos, incentivou os alunos. “Que essa presença não seja só hoje. Nós temos um acervo de sessões das Câmaras Cível e Criminal, uma riqueza de conhecimento. E as pessoas aprendem assistindo, ficando curioso quanto a certos momentos. É sempre uma grande alegria tê-los aqui”, expressou.
De olho no futuro - O TJPB também recebeu a visita de um grupo de estudantes, na faixa etária dos 12 anos, que veio de Campina Grande e conheceu o Palácio da Justiça já pensando no futuro. Luiz Gustavo Carvalho Costa sonha em ser juiz e ficou impressionado com o prédio histórico. “Eu achei muito legal e bem curioso também. O que mais me chamou a atenção foi o Pleno. Eu quero ser juiz quando crescer e conhecer o Tribunal me incentivou ainda mais”, falou.
Por Nice Almeida