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Publicado em: 25/09/2013 - 20h23 Atualizado em: 25/09/2013 - 22h35

Alunos da Escola Conviver visitam exposição sobre a “Negra Gertrudes” no Museu do Tribunal de Justiça

Alunos e professores do Sistema de Ensino Conviver conheceram, nesta quarta-feira (25), a história da primeira escrava paraibana alforriada, que ficou conhecida como “Negra Gertrudes”. A batalha judicial enfrentada pela escrava para conseguir a liberdade é o tema da exposição promovida pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, que se encontra no hall do Museu e Cripta Epitácio Pessoa, até esta quinta-feira (26). O alunado foi recebido pela presidente do TJPB, desembargadora Fátima Bezerra.

O evento é fruto dos trabalhos da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário estadual, que tem na presidência o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque. Faz parte da programação nacional da 7ª Primavera dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que, este ano, teve o tema: “Museus, Memórias e Cultura Afro-Brasileira”.

A exposição traz detalhes do processo da Negra Gertrudes, com texto e imagens que são expostos através de painéis, inclusive com ilustrações do artista plástico Flávio Tavares. Um folder com a história é distribuído aos visitantes.

Os adolescentes participaram de uma visitação guiada e ouviram atentamente as informações. O estudante Felipe Anderson achou interessante porque nunca tinha ouvido falar numa escrava paraibana. “A vida dela foi marcada por um processo judicial, em que ela recorreu muitas vezes. O que mais chamou atenção é que ela foi apoiada por advogados, o que não era comum e chocou a sociedade na época”, declarou.

O adolescente Bruno Ferraz disse que aprendeu sobre a história de escravos paraibanos, que tentavam pagar a própria alforria. Para ele, foi positivo visitar o Tribunal e adquirir novos conhecimentos. “São situações em que os alunos se interessam mais em aprender, além de ser uma oportunidade para conhecer a arquitetura antiga do Tribunal”, disse.

A estudante Caroline Pimentel também se comoveu com a história de Gertrudes. “É triste saber que ela sofreu muito por ser negra, escrava, mulher, numa época em que trabalhava muito sem direito a nada”, afirmou.

Ao lado dos alunos, os professores também aprendiam um pouco mais sobre a história da escrava alforriada. A professora de Português, Marvênia Rodrigues, disse que muitos educadores não conhecem o fato. “É o destaque da luta de uma mulher afrodescendente daquela época, que batalhou muito e saiu vitoriosa. Este final é emocionante”, comentou.

A professora de Artes, Lucilene Boás, concordou com a colega. “Tudo isso faz parte do nosso patrimônio cultural, histórico, além de enfatizar a mulher paraibana, que lutou tanto. Foi uma estrategista e vencedora”.

A presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, esteve com os estudantes e contou alguns fatos da vida de Gertrudes, pois, para ela, a história de grandes nomes permite construir dias melhores para as futuras gerações.

“Após ter voltado ao cárcere, como escrava, ela recorreu da decisão e o juiz acatou o recurso e lhe concedeu a liberdade novamente. Presume-se que ela tenha morrido livre, caminhando pela cidade com seu tabuleiro, com a criançada correndo atrás, gritando ‘lá vai a negra Gertrudes’” , revelou a presidente, afirmando que a escrava alforriada se tornou símbolo de luta, liberdade e coragem. “Hoje, quantas negras Gertrudes ainda existem?”, indagou.

História da “Negra Gertrudes” – Escrava paraibana que recorreu à Justiça para não ser vendida ilegalmente em praça pública, como pagamento de uma dívida.

Na luta jurídica, que durou de1828 a 1842, Gertrudes teve que enfrentar poderosos como o carmelita Frei João da Encarnação e o Sr. José Francisco das Neves, e chegou a ser presa, tendo conseguido a liberdade, após recorrer à Justiça de Pernambuco que, na época, representava uma instância superior.

Gecom/Gabriela Parente

 

 

 

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