Desembargador Marcos Cavalcanti é empossado na cadeira 17 da Academia Paraibana de Letras - APL
O desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) é também historiador e membro do Instituto Historico e Geográfico da Paraíba. É autor de várias obras publicadas nas áreas história, direito e espiritualidade.
De praxe, o magistrado fez um passeio ao comentar a origem da palavra “academia”, que vem do grego antigo. “Era um nome dado à escola criada pelo filósofo Platão, em 387 a.c, junto a um jardim a Noroeste de Atenas”. Sobre o Patrono da Cadeira 17, o filósofo Antonio Alfredo da Gama e Melo, agora ocupada pelo desembargador Marcos Cavalcanti, ele falou de sua trajetória: “Fez seus estudos primários em colégios da capital e o curso secundário no Lyceu Parahybano. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela tradicional Faculdade Direito do Recife, em 1873, tendo sido contemporâneo de Castro Alves, Cardoso Vieira e Tobias Barreto”.
Marcos Cavalcanti lembrou que Gama e Melo fundou o jornal “A República”, órgão dissidente, que pregava a igualdade e a justiça social. “Na política foi vice-presidente da Província da Paraíba, no Império, nomeado por Carta Imperial de 19 de abril de 1880, governando-a de 15 de maio a 1º de junho daquele ano”, completou.A respeito do último ocupante da Cadeira 17, acadêmico Joacil de Britto Pereira, o empossado o denominou de “polígrafo”. Em seu discurso mais detalhado, “vamos encontrar toda história daquele que foi um grande tribuno, especialista em Direito Público, Constitucional, Eleitoral, Administrativo, Fiscal, Financeiro, Processual Civil e Penal, e Direito Penal, este último, segundo o desembargador Cavalcanti “fazia o público delirar, como eloquente tribuno que era na esfera criminal do Tribunal do Juri”.
Ainda sobre Joacil, o desembargador lembrou sua intelectualidade, tendo sido por dois mandatos presidente da Casa de Coriolano Medeiros. “Na presidência dessa Casa, obteve recursos para sua completa restauração e para dotar o auditório de um serviço de climatização. Mas da mesma forma restaurou e aumentou o acervo da Biblioteca ´Álvaro Pereira de Carvalho´, entre outras realizações de sua brilhante gestão”, resumiu.
No contexto literário, o discurso do desembargador Marcos Cavalcanti veio repleto de informações da “Divina Comédia” de Dante Alighieri ao “Mercado de Veneza”, de Shakespeare. Também ressaltou a obra de Dostoiévski - “Crime e Castigo”, passando por Kafka, Machado de Assis, Ariano Suassuna, Saramago, Luiz Carlos Prestes, Jüngen Habermas, entre outros.
Ao final o imortal Marcos Cavalcanti de Albuquerque agradeceu “a Deus e à Virgem Maria do Alto do Monte Carmelo, pelo dom da vida, inteligência e saúde. Aos seus pais que estão com Deus: João da Matta e Doralice Cavalcanti Albuquerque, além dos agradecimentos a esposa Iris Helena, aos filhos Marcos Filho, Raphael e Filipe, a todos os acadêmicos, e os presentes a solenidade.
O acadêmico e escritor Astênio Fernandes iniciou a saudação ao desembargador Marcos Cavalcanti, citando o poeta Carlos Drummond de Andrade, no significativo poema “A palavra mágica, seguido da fala de boas-vindas: “ A aragem de boa sorte, a céu aberto, recebe Marcos Cavalcanti de Albuquerque, curtido no suor, esse fluido aquoso que brota em quem percorreu um longo itinerário. Ele chega ao templo que lhe entoa um cântico de acolhida. Hino de afeição de todos os confrades; desvanecimento de quem o enuncia”, pronunciou.
Fernandes lembrou a vida do novo acadêmico e ressaltou valores familiares e intelectuais. “Marcos Cavalcanti de Albuquerque nasceu em Mamanguape, e naquele ambiente interiorano, menino, conviveu com seus oito irmãos e tias. Desfrutou os quintais, pomares, jardins e viveiros de pássaros livres;. Sonhou e caminhou nos sonhos, plasmando o homem atento às belezas de Deus, projetadas na humanidade e na natureza”, resumiu. E fechou com essas poucas palavras: “Toma teu assento, companheiro!”.
A presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti que estava presente a solenidade definiu a chegada do desembargador Marcos Cavalcanti a Academia fazendo um paralelo entre a ciências jurídicas e a literatura. “Estão próximas uma da outra. Trata-se de um simbiose profunda e nós sentíamos falta, nesses nossos tempos, de um representante do Tribunal de Justiça naquela Casa máxima do saber. O ingresso do desembargador Marcos Cavalcanti na Academia é como se o próprio Tribunal tivesse assento também lá, pelo seu saber jurídico, pela espirito progressista, pelo vasto conhecimento de literatura, geografia, história e artes”, fechou.
Gecom/ Kubitschek Pinheiro





