“O Judiciário tonou-se grande, mas não está tendo a dimensão do seu tamanho”. A avaliação é da  vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Eliana Calmon, uma das palestrantes desta terça-feira (26), na abertura do primeiro Workshop de Redes Sociais do Poder Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com os tribunais superiores e o Conselho da Justiça Federal (CJF), em Brasília.

A ministra Eliana Calmon fez uma espécie de reflexão sobre a relação entre o Judiciário brasileiro e a imprensa, ao abordar o tema: importância da comunicação no Poder Judiciário. Segundo ela, a partir da Constituição de 1988, passaram a acontecer mudanças significativas na estrutura organizacional do Poder Judiciário. “Foi nosso marco zero,  para o início de uma nova etapa”, ressaltou ao tomar como referência um período longo, de 400 anos, quando foi criado o primeiro Tribunal da Apelação na Bahia, até os dias atuais.

“Temos uma dificuldade enorme de removermos uma estrutura de 400 anos, parte do Judiciário acompanha as mudanças e parte resiste”. Antes da promulgação da chamada “Constituição Cidadã”, em 2008, a ex-corregedora de Justiça do CNJ disse que o Poder Judiciário tinha uma estrutura hermética e não deixava transparecer os males que pudessem aflorar na sua administração, em nome da unidade e respeitabilidade. “Os poderes viviam para realizar suas tarefas, sem dar satisfação a ninguém”.

Depois de 2008, o Estado teve que ficar mais transparente e ético na opinião da ministra e as mudanças  também chegaram ao Judiciário com a reforma na estrutura do Poder e a criação do CNJ. “Avançamos a passos largos”. Eliane Calmon defende um diálogo permanente com a imprensa, de forma transparente, para que a sociedade tome conhecimento das ações positivas.

Gecom/TJPB/Marcela Sitônio