Nejure conclui mais um Curso de Formação de Facilitadores em Círculo de Construção de Paz
O Núcleo Estadual de Justiça Restaurativa (Nejure) do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) concluiu, nesta semana, o Curso de Formação de Facilitadores em Círculo de Construção de Paz. A formação foi realizada em duas etapas, sendo a primeira teórica, que aconteceu no período de 12 a 16 de maio, na Escola Superior da Magistratura (Esma), em João Pessoa.
Já a segunda fase, prática, transcorreu de 19 a 22, nas cidades de Remígio e Algodão de Jandaíra.
A formação contou, também, com a participação de cadetes do Curso de Formação de Oficiais (CFO) do Corpo de Bombeiro e de alunos do Curso de Formação de Soldado da Polícia Militar, segundo informou a magistrada Ivna Mozart, juíza-coordenadora adjunta do Nejure.
De acordo com a magistrada, o convite aos militares ocorreu no sentido de incluí-los na formação para compor os círculos de construção de paz na modalidade de círculo de diálogo para vivenciar essa lógica restaurativa circular.
A magistrada destacou que a parceria do Núcleo de Justiça Restaurativa e as forças policiais já vem de longa data. “As corporações policiais são terreno fértil para a difusão da cultura de paz. Nesta etapa, realizamos círculos com policiais e bombeiros militares em formação, o que é, antes de tudo, estratégico, para que desde o ingresso na corporação o sujeito já possa conhecer a cultura da não violência”, explicou a juíza Ivna Mozart.
A juíza Ana Amélia Andrade Alecrim Câmara também participou da formação. A magistrada comentou que participar do Curso de Formação de Facilitadores de Círculos de Paz promovido pelo Nejure do TJPB foi uma experiência transformadora.
“Vivenciei um verdadeiro processo de humanização, vertente tão cara para o Poder Judiciário. As vivências oriundas do curso com a participação de integrantes do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar foram edificantes e não só ampliaram meu estado de consciência, mas despertaram fortemente o desejo de disseminar as práticas restaurativas dentro e fora do Judiciário. O curso uniu teoria e prática com excelência!”, disse a juíza.
A magistrada acrescentou: “O Nejure do TJPB, através deste curso, não apenas ensina técnicas, ele forma agentes de paz. Parabéns ao Nejure! Sou imensamente grata pela oportunidade de fazer parte desta formação. Guardo a convicção de que, com a aplicação de práticas restaurativas, é possível contribuir para uma mudança social concreta, trazendo esperança e dignidade a quem busca um novo caminho para suas vidas”.
A experiência foi, ainda, comentada por militares, a exemplo do cadete Anjos (Rinaldo Anjos), do Curso de Formação de Oficial (CFO) e de Nathalia Soares Ramalho Domingo, aluna do Curso de Formação de Soldado.
O cadete Rinaldo classificou a experiência como enriquecedora. “A experiência com as práticas restaurativas foi extremamente enriquecedora, pois nos permitiu refletir mais profundamente sobre nossa vida, abordar temas relevantes e compreender a visão do outro, contribuindo para a construção de um ambiente mais empático. Todos esses aprendizados se tornam valiosas ferramentas para a resolução de conflitos, seja no âmbito pessoal, na vida profissional ou no serviço público oferecido à população”, afirmou.
Já a aluna Nathalia Soares comentou a troca de experiências. “Experienciar as práticas restaurativas foi um momento de profunda troca ao proporcionar o compartilhamento de memórias afetivas e experiências significativas, promovendo um verdadeiro exercício de empatia, acolhimento e reflexão. Foi uma vivência enriquecedora, que reforçou a importância do equilíbrio emocional e da escuta ativa no processo de formação do policial militar, destacando o papel fundamental dessas competências na construção de uma atuação mais humanizada e eficaz”, afirmou a aluna.
Remígio – No que diz respeito à vivência prática nos municípios de Remígio e Algodão de Jandaíra, a juíza Ivna Mozar explicou que o fato de o estágio supervisionado ser realizado no local onde será implantado o Centro de Justiça Restaurativa reflete o propósito do Nejure de privilegiar a comunidade desde o nascedouro do centro. “Conhecer a realidade local é essencial para bem desenvolver os trabalhos”, acrescentou a magistrada.
Em Remígio, as atividades foram realizadas em unidades de ensino, a exemplo da Escola Antônio Carneiro, com a presença de autoridades locais, tais como o prefeito Cláudio Régis; a secretária de Desenvolvimento Social, Katalina Dantas; a secretária de Educação, Roseluce dos Santos Souza; a juíza Juliana Dantas; e a promotora Ana Grazielle.
“Vivi uma experiência única e transformadora. Tivemos a oportunidade de envolver mais de 100 alunos do 9º ano em um processo profundo de escuta, empatia e diálogo. Para mim, foi um momento marcante - não apenas por colocar em prática os conhecimentos adquiridos, mas, principalmente, pela vivência com os estudantes. Ver como eles se envolveram e participaram ativamente desse processo restaurativo me trouxe ainda mais certeza da importância dessa iniciativa. Seguimos firmes na construção de uma cultura de paz, diálogo e justiça restaurativa em Remígio. Que orgulho fazer parte dessa transformação!”, exclamou Roseluce, secretária de Educação de Remígio.
Algodão de Jandaíra – Sobre a prática em Algodão de Jandaíra, vale destacar o depoimento de Arlene Nicolau, cursista da formação de círculos de construção de paz, ela participou enquanto coordenadora pedagógica e professora. Ao falar da experiência, assim ela se pronunciou: “O curso é muito importante e de grande valia”, comentou.
A professora Isabel Santos de Oliveira, secretária de Educação do município, também se manifestou ao término da formação: “Fomos convidados pelo Nejure para participamos de duas semanas de formação de Cultura de Paz e Justiça Restaurativa, a primeira semana no em João Pessoa, no Esma, a segunda semana em Remígio realizado estágio como facilitadores. A Justiça Restaurativa é uma maneira de restaurar um dano causado através de um conflito instaurado, onde o ofensor, a vítima e a comunidade possa dialogar buscando a compreensão mútua e promovendo a responsabilização, saindo dos moldes tradicionais da culpa. A formação é de grande valia para fortalecer o nosso município de Algodão de Jandaíra na construção de uma sociedade justa e igualitária”.
Por Valter Nogueira

















