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Publicado em: 08/09/2021 - 19h09 Atualizado em: 08/09/2021 - 19h42 Tags: Coordenadoria da Mulher, Atendimento psicológico, Violência doméstica 

Parcerias com ensino superior podem garantir atendimento psicológico às vítimas de violência doméstica 

Visando expandir as ações de enfrentamento à violência contra a mulher, desta vez envolvendo a disponibilização dos serviços, por meio remoto, de atendimento psicológico às vítimas e familiares, a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça da Paraíba realizou, por videoconferência, uma reunião, na tarde desta quarta-feira (08), com representantes de instituições de Ensino Superior do Estado que possuem cursos de Psicologia. Na ocasião trataram sobre parcerias para a execução da iniciativa.

Além dos magistrados que fazem parte da Coordenadoria, Antônio Gonçalves Ribeiro Júnior, Anna Carla Falcão Cunha Lima e Caroline Silvestrini Rocha, participaram a coordenadora de Saúde Mental do TJPB, Penha Pontes, as professoras Vilma Felipe Costa (Facene), Eloá Losano de Abreu (UFPB), o professor Sócrates Pereira (Uninassau) e a assessora da coordenadoria, Angela Ramalho.

Na abertura do encontro a magistrada Anna Carla Falcão falou sobre a importância do atendimento psicológico das vítimas e das famílias, citando os números da violência doméstica, que segundo as mais recentes estatísticas indicam que,  a cada minuto oito mulheres são agredidas fisicamente no Brasil, exemplificando com as experiências traumáticas que percebe nas mulheres, nos casos que analisa na 5ª Vara Mista de Santa Rita. 

“Muitas dependem, emocionalmente, dos agressores. A Rede de Proteção dispõe de psicólogos, mas, queremos fazer um trabalho mais amplo e abarcar, de forma virtual, toda a Paraíba e todas as mulheres que concordarem com essa oferta”, ressaltou a magistrada. Ela enfatizou ser a demanda muito grande, e disse que agendaram a reunião preocupados com as repercussões que a violência, seja física, psicológica, sexual, moral, patrimonial possa causar, tanto na vida das mulheres, como de seus filhos e até dos agressores. “Vamos fazer um trabalho diferencial, no trato da violência doméstica aqui na Paraíba”, pontuou.

Anna Carla Falcão falou sobre a importância da Lei Maria da Penha como mecanismo de proteção às mulheres contra a violência doméstica, bem como, a responsabilidade de não apenas prevenir a violência, punir o agressor, mas também de tratar as marcas que essa violência deixa no seio familiar atingido. “Essas agressões são sofridas, em sua maioria, dentro de casa, incrivelmente, no ambiente em que as mulheres deveriam estar mais seguras e têm como responsável, em quase, 99%, os respectivos companheiros”, alertou.

Por sua vez, a juíza Caroline Silvestrini falou da situação precária no atendimento psicológico das vítimas no interior do Estado, bem como do ciclo da violência. “No dia da audiência a vítima nega os fatos. Na maioria dos casos a mulher tira a responsabilidade do agressor e passa pra ela”, relatou, acrescentando que o a intenção da iniciativa é que mulheres de todo o Estado sejam atendidas, ainda que de forma online.

Já o juiz Antônio Gonçalves explicou que a busca de acolhimento emocional das vítimas de violência doméstica é uma medida de política pública que, em razão do crescimento de casos de violências contra as mulheres, não pode mais passar ao largo. “Diante dessa sensibilidade, a Coordenadoria da Mulher convidou as Instituições para firmar parceria com o Tribunal de Justiça na criação de canais de atendimento às vítimas de violência doméstica, com alcance estadual, por meio remoto”, realçou o magistrado, complementando que a cooperação mútua, além de viabilizar o atendimento psicossocial às vítimas, permitirá aos alunos do curso de Psicologia, devidamente assistidos por supervisores, o aprendizado prático.

A psicóloga Penha Pontes destacou a necessidade não só do acompanhamento psicológico às vítimas, mas também, a capacitação, por meio de cursos profissionalizantes, para não ficarem dependentes financeiramente dos agressores, como uma forma de romper o ciclo da violência. “Não tínhamos dúvidas de que os parceiros iriam abraçar essa causa, que envolve toda a sociedade”, frisou.

Os representantes das Instituições de Ensino sinalizaram de forma positiva, concordando com a medida e agradecendo pelo convite para participar. “Existe total interesse nosso. Agradeço o convite e parabenizo a todos pela iniciativa. Vamos providenciar para incluir o maior número de alunos possível”, comentou Sócrates Pereira

Por Lila Santos

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