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Publicado em: 31/08/2021 - 18h58 Atualizado em: 31/08/2021 - 20h51 Tags: livro, Pedagogia, Lançamento

Pedagogas da Infância e Juventude participam de livro sobre a Pedagogia Jurídica no Brasil

As analistas judiciárias, com formação em pedagogia, que atuam na área da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça da Paraíba, Késia Braga Fernandes (Comarca de Campina Grande), Ana Paula Alves de Mélo, Daiane Lins da Silva Firino, Letícia Carla dos Santos Melo Hampel (todas da Comarca de João Pessoa) e Talita Medeiros de Araújo (Comarca de Patos) compartilharam suas experiências de trabalho no Judiciário estadual, como coautoras, no livro, e, também, em e-book, “Pedagogia Jurídica no Brasil: Questões teóricas e práticas de um campo em construção”. A obra, promovida pela Universidade Federal da Paraíba, foi lançada nesta terça-feira (31), às 19h, no canal no Youtube do CE/UFPB (https://youtu.be/GKcfJRzGXno).

O livro tem como organizadores Maria Gerlaine Belchior Amaral, José Leonardo Rolim de Lima Severo e Talita Medeiros de Araújo. É composto por 24 capítulos, escritos por profissionais com larga atuação na área em seis estados brasileiros. A obra traz resultados de estudos e de realizações concretas contemplando três temáticas: conceituação da Pedagogia Jurídica; formas de inserção profissional de pedagogos em Tribunais de Justiça; práticas pedagógicas no âmbito do Judiciário.

Trata-se de um esforço interinstitucional que envolveu docentes da Universidade Federal de Campina Grande, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural de Pernambuco, bem como pedagogo (a)s dos Tribunais de Justiça de Goiás, Pernambuco, Acre, Pará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Abordando o tema “Práticas Educativas no Judiciário: a atuação do Pedagogo Jurídico como facilitador de Círculos de Construção de Paz”, Késia Braga explicou que objetivo do artigo é socializar a experiência como pedagoga, integrante da Equipe Multidisciplinar da Vara da Infância e Juventude de Campina Grande, com a atuação de mediadora de Círculos de Construção de Paz em Instituições de Acolhimento e serviços de proteção à Criança e Adolescente. Segundo ressaltou, de maneira a contribuir, positivamente, na vida dos participantes envolvidos, elaborando significados relevantes na construção de suas trajetórias de vida.

“O relato dessa experiência também visa ajudar na construção de uma identidade dos pedagogos que atuam no sistema judiciário, através do compartilhamento das experiências com práticas circulares, visando uma ampliação do entendimento sobre a diversidade de campos em que o pedagogo pode atuar, a sua relevância e contribuição na compreensão e desenvolvimento do objeto de estudo”, destacou a pedagoga.

O artigo de Talita Medeiros de Araújo tratou sobre “O Trabalho do Pedagogo na Equipe Multidisciplinar da Comarca de Patos/PB: Contribuições no Judiciário em prol da Garantia dos Direitos de Crianças e Adolescentes”. Ela informou que aborda suas experiências vivenciadas na equipe multidisciplinar Comarca de Patos, com ênfase nos processos ligados à Vara da Infância e Juventude, como também, a necessidade de aprofundamento teórico da pedagogia no judiciário.

“Este artigo, tem como objetivos a conscientização, necessidade e aprofundamento teórico e de pesquisa do trabalho do pedagogo no Sistema Judiciário, em razão da importância que essa área representa, hoje, na composição das equipes multidisciplinares, mas que, infelizmente, apresenta escassez de material teórico”, observou.

Já Ana Paula Alves de Mélo, Daiane Lins da Silva Firino e Letícia Carla dos Santos Melo Hampel escreveram sobre “O Olhar das Pedagogas Jurídicas na Primeira Vara da Infância e Juventude de João Pessoa: Como essas profissionais têm construído suas práticas?”. Elas abordaram sobre o cotidiano profissional das analistas judiciárias, especialidade Pedagogia, por meio do olhar pedagógico dirigido aos casos analisados. O texto, organizado considerando a anterior estrutura de setores, traz um apanhado sobre a prática pedagógica das analistas nos casos que envolvem as variadas medidas protetivas, os acolhimentos institucionais, o acompanhamento das adoções, entre outras demandas da unidade judiciária.

“A experiência de discorrer sobre as práticas desenvolvidas, no que se refere às medidas protetivas, oriundas de situações de violência e/ou negligência, enfatizou a importância de que o olhar educativo perpasse a análise dos casos. Além disso, escrever sobre o acompanhamento das mulheres que decidem entregar seus bebês para adoção mostrou-se fundamental por ser outro tema em que requer a compreensão pedagógica”, salientou Letícia Carla.

Para Daiane Lins, escrever sobre a inserção da Pedagogia no judiciário paraibano é algo desafiador e instigante por ser um campo profissional ainda em construção e que requer a elaboração de uma epistemologia própria e mudanças de paradigmas em relação ao campo de atuação de Pedagogos(as). “A educação vista como prática social acontece em vários espaços e lugares, e esse livro nos ajuda a ampliar esse entendimento e compreender como a educação é o objeto de estudo da Pedagogia, que tem legitimidade para adentrar em qualquer lugar onde seja possível conduzir e avaliar processos de aprendizagem”, realçou.

Por fim, as profissionais apontam a relevância do trabalho interprofissional que, em parceria com assistentes sociais e psicólogas, é desenvolvido com vistas ao melhor direcionamento para garantia dos direitos de crianças e adolescentes.

Por Lila Santos

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