Roda de conversa encerra programação do Setembro Amarelo no TJPB
Uma roda de conversa marcou mais um evento alusivo ao Setembro Amarelo no Judiciário paraibano. O momento foi organizado pela Associação das Esposas dos Magistrados e Magistradas da Paraíba (Aemp) em parceria com a Gerência de Qualidade de Vida (Gevid-TJPB) e reuniu magistrados(as), servidores(as) e colaboradores(as), no Fórum Cível de João Pessoa, para discutir saúde mental e suicídio.
O presidente do Tribunal de Justiça, João Benedito da Silva, participou do evento e destacou a importância do evento para os que fazem o Poder Judiciário. “Nós todos precisamos nos envolver nesta causa tão atual e que preocupa a sociedade. Vivemos momentos difíceis, muitas pessoas estão sofrendo e não conseguem pedir ajuda. O encontro de hoje é justamente para nos alertar e preparar para estarmos mais atentos e disponíveis a quem precisa”, enfatizou o presidente.
Presidente da Aemp, a defensora pública Maria da Glória Oliveira destacou a importância de levar conhecimento às pessoas sobre esses temas. “O movimento surgiu para levar o conhecimento de como você está doente, descobrir que está doente, aprender como perceber o seu vizinho, o seu familiar que esteja doente e tratá-los. Temos observado que as pessoas estão mais preocupadas, mais sofridas, mais tristes, e essa campanha é para prestar atenção no sofrimento do outro, da pessoa que está ao nosso lado, de nós mesmos que estamos sofrendo e que não conseguimos externar o nosso sofrimento”, ressaltou.
O diretor do Fórum Cível da Capital, juiz Herbert Lisboa, referendou a fala da defensora pública. “Nós não podemos pensar no ser humano sem pensar na sua dignidade humana. Esse é um dos pilares da Constituição Federal. Temos que nos voltar para a saúde, o direito à saúde, que é um direito fundamental. Essa iniciativa é absolutamente relevante para que a gente possa cumprir esse papel de respeitar a dignidade humana. Esse é um projeto de valorização humana”, enfatizou.
Roda de conversa - Com o tema ‘Setembro Amarelo: um chamado ao cuidado da nossa saúde mental e a dos que amamos’, a roda de conversa foi mediada pelo Mestre em Psicologia da Saúde Everton Procópio. “A mensagem que passamos para todos os servidores, magistrados, para todas as pessoas, é a importância de cuidar da sua mente. Quando a gente não tem a mente bem, isso tudo reflete nas nossas relações sociais, dentro de casa, no nosso ambiente de trabalho. É esse chamado que nós fizemos aqui, de refletir sobre esse cuidado, que nós precisamos ter o ano inteiro. Essa campanha traz isso à tona, de desmistificar a importância do cuidado com a saúde mental. Existe um tabu quando a gente fala de saúde mental, do cuidado com a mente, então essa campanha vem para enfatizar essa importância que a gente precisa cuidar durante o ano inteiro”, reforçou.
Honorina Nogueira é médica da Gevid e lembra que a Gerência está de portas abertas para atender aos magistrados, servidores e colaboradores o ano inteiro. “O Setembro Amarelo é um marco para despertar para todos que conhecem alguém que precisa da ajuda, que busquem ajuda, mas isso tem que continuar o ano inteiro. Nós da Gevid estamos de portas abertas para receber todos os servidores, familiares e também os magistrados”, informou.
A chefe do Cartório Unificado Cível, Valdilene Seixas, considerou o evento relevante, considerando que todos precisam estar atentos à saúde mental. “A gente vive nos tempos em que as pessoas estão adoecendo todos os dias, principalmente depois que a gente passou por um período de pandemia. Essa roda de conversa foi muito importante, foi muito relevante, porque aqui a gente consegue falar de nossas histórias, consegue ver outros testemunhos, compartilhar, e ao mesmo tempo, isso pode ajudar outras pessoas na acolhida”, salientou.
Vamos olhar para alguns dados:
• Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 800 mil
pessoas morrem por suicido anualmente no mundo.
• No Brasil, a taxa de suicídio tem aumentado, com casos recentes indicando que jovens entre 15 a 29 anos estão entre os grupos mais afetadas, chegando a 6,6 por 100 mil, e entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.
• Na Paraíba entre 2021 e 2022, houve um aumento de 6,4% a 8,0% de
registros de suicídio, um salto de 253 a 317 mortes por ano. Quase um suicídio por dia em 2022, colocando o Paraíba em 4° Lugar do Nordeste com maior número de casas de suicídio, onde os jovens de 15 a 29 anos estão na faixa etária mais prevalente.
Por Nice Almeida