Senado Federal: juiz da Infância de Campina Grande recebe ‘Prêmio Adoção Tardia’
O Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba teve um representante na solenidade de entrega do ‘Prêmio Adoção Tardia – 2024’, promovido pelo Senado Federal. A sessão especial foi realizada na última quarta-feira (19), em Brasília/DF. O juiz titular da Vara da Infância e Juventude Comarca de Campina Grande, Perilo Rodrigues de Lucena, foi premiado pelo trabalho ‘Prêmio Adoção Tardia - Gesto Redobrado de Cidadania’ e recebeu a honraria das mãos do senador Veneziano Vital do Rêgo.
Perilo Lucena afirmou “que os desafios do acolhimento institucional, somados às dificuldades da adoção tardia, são superados com a persistência e trabalho dos juízes, do Ministério Público e Defensoria Pública, apoiados pela destemida equipe psicossocial e diversos atores da rede de proteção, na busca de uma família, de uma adoção, de um futuro para cada um”, comentou. A Vara da Infância e Juventude de Campina Grande foi indicada por Veneziano Vital do Rêgo, sendo agraciada pela Comissão Julgadora,
O trabalho premiado conta, em vídeo, a história de Willy, de 16 anos. O adolescente tem diagnóstico de Paralisia Cerebral e Hidrocefalia. O rapaz vivia em uma instituição que abriga crianças e adolescentes à espera de adoção na cidade de Campina. Por conta de sua faixa etária e estado de saúde, normalmente, ele não teria chances de ser adotado. “Tudo isso mudou com o trabalho da Vara da Infância e Juventude da Comarca, que junto com parceiros institucionais, incentivou a adoção tardia, de forma que o adolescente fosse adotado por uma família”, informou Perilo Lucena.
Na tarde desta quinta-feira (20), Perilo Lucena apresentou o Prêmio ao presidente do TJPB, desembargador João Benedito da Silva. Quem também participou do encontro foi o juiz Brasilino Leite, diretor do Fórum Regional de Mangabeira.
O ‘Prêmio Adoção Tardia 2024’ foi idealizado pelo senador Fabiano Contarato, do Espírito Santo. Durante a sessão solene de premiação, Contarato disse que as estatísticas do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) demonstram que há muitos mais adultos pretendentes à adoção do que crianças disponíveis.
Para o senador, a causa disso é muito clara. Resgatando os números do CNJ, o parlamentar afirmou que, no bojo do processo de adoção, existe uma predileção por crianças mais jovens, filhos únicos, crianças brancas do gênero feminino, sem doenças crônicas e sem deficiências. “Muito disso se deve a uma visão estereotipada de família, a mesma visão que se contrapôs a minha própria família, quando eu e meu esposo adotamos os nossos filhos. Essa visão não condiz com o verdadeiro espírito da adoção”, ressaltou Fabiano Contarato.
Por Fernando Patriota