Cejure fortalece Justiça Restaurativa no interior do Estado
O Centro de Justiça Restaurativa de Campina Grande (Cejure) promoveu mais um ‘Círculo de Construção de Paz’, dessa vez com a participação de integrantes do Corpo Bombeiros de Campina Grande e das polícias Militar e Civil do Município de Juazeirinho. A ação aconteceu na sexta-feira (27), com o objetivo de desenvolver a política de Justiça Restaurativa, com o foco de tentar resolver conflitos de maneira pacífica e colaborativa. A ação tem o apoio do Núcleo Estadual de Justiça Restaurativa (Nejure) do Tribunal de Justiça da Paraíba, com base na Resolução nº 225/2016 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A coordenadora do Cejure-CG, juíza Ivna Mozart Bezerra Soares, disse que “o Círculo foi uma experiência marcante, como costumam ser todos os círculos de construção de paz, em que as pessoas se enxergam a partir da sua humanidade e estabelecem vínculos que transcendem as suas ocupações profissionais”, comentou a magistrada. Ela ainda disse que “essa postura impacta positivamente no desenvolvimento das instituições, na medida em que colabora com o bem-estar dos seus integrantes”. Ivna Mozart é a responsável pela condução das palestras e conversas que formam o conteúdo dos Círculos de Construção de Paz.
Segundo a servidora do Cejure de Campina, Silvéria de Farias Cavalcanti Gonzaga, os participantes dessa ação articularam diretrizes, descrevendo comportamentos e expectativas dentro do círculo. “As transformações vivenciadas na prática circular não são limitadas apenas ao conteúdo desenvolvido, pois trata-se de uma experiência única, onde cada pessoa é motivada a construir, por meio da comunicação, a conexão com o outro”, disse.
Para a major e subcomandante do 7º Batalhão de Bombeiro Militar, Kellen Aires, a juíza Ivna Mozart usou uma abordagem sensível e equilibrada, aliada a um profundo conhecimento jurídico, trouxe não apenas soluções eficazes, mas também um espaço de escuta ativa e acolhimento. “Sua habilidade em facilitar o diálogo de forma respeitosa e construtiva foi fundamental para promover o entendimento entre os participantes, sempre com foco numa justiça humanizada”, pontuou a major. “A experiência foi extremamente enriquecedora, um momento único e emocionante, tanto no aspecto profissional quanto no pessoal. Foi um momento inspirador onde vislumbramos uma liderança e comprometimento com a causa da justiça restaurativa”, destacou Kellen Aires.
Quem também participou da ação foi o 1º Tenente da Polícia Militar, Gilmar Rodrigues de Carvalho. Segundo ele, “além de uma louvável iniciativa de valorizar e solidificar os elos de ligação entre a corporação e o Poder Judiciário estadual, foi possível vivenciar um momento ímpar de satisfação e aquisição de sabedoria que nos foram proporcionados por membros do Tribunal de Justiça da Paraíba”. O tenente continuou: “além de um privilégio foi motivo de imensa satisfação, devido à oportunidade que tivemos em adquirir novos conhecimentos, através do compartilhamento de experiências particulares e profissionais num ambiente de acolhimento, espontaneidade, empatia e igualdade”.
Já o escrivão da Polícia Civil, Lithiely Melo de Lima, disse que os círculos de diálogos são essenciais no entendimento da Justiça Restaurativa. “Por sermos profissionais da segurança pública precisamos desse momento de nos vermos como iguais e possibilitarmos uma reflexão sobre quem somos e quem são aqueles que estão conosco no nosso dia a dia. O que mais me chamou atenção foi o comprometimento de todos, para alcançar esse objetivo”.
Por Fernando Patriota