Cejusc de Guarabira resolve processos que tramitavam há dez anos
Cada vez mais a utilização dos métodos consensuais na solução pacífica de conflitos judiciais se solidifica no âmbito do Poder Judiciário paraibano e tem demonstrado ser uma relevante ferramenta para impulsionar a celeridade processual e combater a judicialização.
Exemplo disso, é a resolução de seis processos, de uma só vez, após audiência de mediação no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs) da Comarca de Guarabira. A batalha judicial, envolvendo Ações de Execução e Obrigação de Fazer, inclusive em grau de recurso, já durava há quase 10 anos.
O mediador judicial, Jesiel Rodrigues da Rocha, explicou que, enquanto tribunais brasileiros lidam com uma sobrecarga de processos que se arrastam por anos, a mediação é uma alternativa que oferece um sopro de esperança no enfrentamento à morosidade judicial, por conta da excessiva quantidade de processos em tramitação.
“Casos complexos, com litígios que persistem há uma década e se desdobram em diversas ações judiciais, encontram no método consensual uma via rápida e humanizada de solução. A mediação busca a pacificação e a reconstrução de relações, além de estimular o diálogo, a escuta ativa e a compreensão mútua dos interesses”, ressaltou, parabenizando as partes e os advogados pela forma colaborativa na mediação.
A promotora de Justiça, Edivane Saraiva de Sousa, disse ser “o Cejusc um importante centro de resolução de conflitos, notadamente em processos que envolvem direito de família, onde a conciliação entre as partes é fundamental para garantir o bem estar familiar, em especial dos filhos menores envolvidos”.
Para a advogada Aline Martins Belarmino, defendeu a parte ré, a mediação, como método autocompositivo, se destaca por promover o diálogo entre as partes. Ela destacou a eficácia do diálogo que possibilitou chegar à conciliação de mais de cinco processos de forma simultânea, encerrando e pacificando mais de seis anos de litígio entre as partes.
“Parabenizo a todos envolvidos e em especial ao Cejusc de Guarabira que sempre busca a construção de acordos de forma imparcial, valorizando o protagonismo das partes e fortalecendo as relações, o que é essencial em conflitos que envolvem direito de família. Assim, posso dizer com orgulho: fiz parte dessa história", pontuou.
Já o advogado da parte autora, Carlos Kessle Brilhante, comentou ser a resolução consensual de conflitos, por meio da Justiça, um instituto relevante. “Muitas vezes, processos longos, como o visto nos últimos dias, se perpetuam no tempo, causando ainda mais litigiosidade entre as partes. A conciliação vem para quebrar este ciclo e satisfazer ambas as partes com uma solução que irá beneficiar a todos. Felizmente, foi possível verificar um acordo que reunia diversos processos, restaurando a paz social”, salientou.
Por Lila Santos