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Publicado em: 16/03/2015 - 17h00 Atualizado em: 16/03/2015 - 18h09

Poder Judiciário tem em seu acervo doze obras do artista plástico Flávio Tavares

Artista Plástico Flávio Tavares

A maioria das obras do acervo do Poder Judiciário da Paraíba leva a assinatura do artista plástico Flávio Tavares. São um total de doze obras. Esse envolvimento do artista com o Poder Judiciário começou quando ele foi procurado pelo então governador Ernani Sátyro para produção de um painel que está no “Fórum Miguel Sátyro”, na cidade de Patos, na década de 70, mesma época em que o artista produziu o painel localizado no hall de entrada da Assembleia Legislativa.

O painel de Patos retrata a história da Cruz da Menina, feito em madeira. Segundo o artista, um tema bastante contundente. “Lembro como se fosse agora, o governador Ernani Sátyro me pediu para fazer uma representação da Justiça aqui, na Terra, e a Justiça Divina. É uma coisa mais messiana. É um quadro que eu gosto muito, que está muito bem conservado”, disse.

Na ante sala do Pleno do Tribunal temos dois painéis, de 2.00m por 1.60m, que foram adquiridos na gestão do desembargador Plínio Leite Fontes. “Um representa o sonho de um possível mundo novo, dentro de um tema primitivo, uma visão da justiça, com a Deusa da Justiça no centro. Estão os bandeirantes, fazendo uma alusão a futura justiça que chegaria, onde hoje está concentrado o Poder Judiciário”, explicou.
O outro painel já é a fusão do estudo da justiça junto com seus bens, o prédio antigo e o moderno (onde hoje abriga o anexo do TJPB). “Nesse, podemos observar o lado da modernidade chegando em confronto com a arquitetura neo clássica”, frisou.

Depois vieram os outros painéis, também de 2.00m x 1.60m, datados de 2004, adquiridos ainda na gestão do desembargador Plínio Leite Fontes, que adornam a ante sala do Salão Nobre do Palácio da Justiça, retratando o começo da cidade de João Pessoa, onde é possível ver os primeiros habitantes, o bairro do Varadouro, com sua visão dos mercados antigos, que recebiam os suprimentos do Porto de Cabedelo. “Sim, eram os suprimentos que serviam a cidade e as comunidades iniciais”, disse Tavares.

O outro painel, lembra o artista, traz imagens mais antigas da cidade de João Pessoa, com a formação dos mercados ainda da época dos portugueses, escravos e índios. Nesse painel, o observador pode vislumbrar livros e objetos antigos. Nele, há também imagens de engenheiros estudando a topografia para formar a cidade de João Pessoa.

“Essa é chegada embrionária com portugueses, negros e índios. É um quadro muito importante para a história da nossa cidade e está aqui no Palácio da Justiça e pode ser mostrado às novas gerações e até aos turistas que buscam conhecer nossa história, contada em arte”, assegurou.

No Fórum Cível Desembargador Mário Porto, na Capital, vamos encontrar mais um painel com a assinatura do artista Flávio Tavares, adquirido na gestão do desembargador Marcos Souto Maior.“Esse trata-se do Porto do Capim; é um quadro muito bonito, rebuscado na cidade antiga”, disse Tavares.

Em Campina Grande, no Fórum Affonso Campos, há um painel de Flávio Tavares cujo tema é a primeira assembleia numa reunião dos Tabajaras e os Potiguaras com Martim Leitão.

Retratos pintados por Flávio Tavares e José Lyra Serrano

Chegando ao Salão Nobre do TJPB, o visitante vai encontrar quadros ovais com imagens de personalidades ilustres da Paraíba, ligadas ao Judiciário, como os ministros Geminiano da Franca, Rafael Mayer, Osvaldo Trigueiro, Djacir Falcão – obras pintadas pelo mais importante retratista da época, Lyra Serrano, fundador do primeiro centro de Arte da Paraíba, juntamente com o médico Arnaldo Tavares (pai de Flávio), que trabalhava com xilogravuras e, também, com o artista plástico Hermano José.

Do lado direito do Salão Nobre estão outros retratos ovais, datados de 2007, assinado por Flávio Tavares, com retratos de desembargadores Archimerdes Souto Maior, Heráclito Cavalcanti, e os governadores Argemiro de Figueiredo e Camilo de Holanda, este, tendo sido o primeiro nome dado ao Palácio da Justiça, na época uma Escola Normal. Esses retratos foram feitos na gestão do desembargador Júlio Paulo Neto.

“Esses retratos foram extremamente difíceis de pintá-los, porque são retratos de época, baseados em imagens precárias, onde a imprensa e os arquivos não dispunham de bons retratos, para que eu pudesse ter a fisionomia. Tive que recriar as faces”, lembrou Tavares.

Flávio tem painéis espalhados por toda cidade, na Assembleia Legislativa, na antiga Clínica São Camilo, no Palácio do Governo.

Ao reencontrar essas obras, o artista se emociona e fala em respeito. “Sim, eu vejo essas obras com o passar do tempo com muito respeito. Porque a memória da Paraíba e do nosso país é muito frágil e, esses presidentes da Justiça, eles tiveram a dignidade de dar uma continuidade ao passado. Com isso, resgatamos a alma do Poder Judiciário dentro desse campo para estudo, da visão nova do eu se ver , para que os jovens conheçam a nossa história através de livros e imagens”, fechou.

Por Kubitschek Pinheiro

 

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