Durante toda esta quinta-feira (10), a 1ª Vara da Infância e Juventude de João Pessoa promove um curso específico para as pessoas que pretendem adotar uma criança. O evento está sendo realizado no Auditório “Ministro Alcides Carneiro”, no segundo andar do Palácio da Justiça, com mais de 60 participantes. As explanações são do juiz Fabiano Moura de Moura e da psicanalista Ivone Vita. As palestras têm como base a Lei de Adoção nº 12.010/09 e tiveram início às 8h e seguem até as 18h, com intervalo para o almoço.

Segundo Fabiano Moura de Moura, juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude da Capital, o curso preparatório para adoção tem o objetivo de criar um melhor discernimento, no que diz respeito a pretensão de adotar.

“Nessas palestras, nós apresentamos os aspectos psicológicos da adoção, como, por exemplo, revelar ou não para a criança que ela é adotada; como se dará o processo judicial e todas as suas etapas; quais são as angústias mais frequentes das pessoas envolvidas nesses processos, entre outras questões como preconceitos e mitos”, esclareceu o magistrado. Ele ressaltou, por outro lado, que o mais importante é a adoção satisfatória, isto é, uma adoção proveitosa tanto para a criança como para  aquele que está adotando. 

O juiz revelou que, na Capital paraibana, houve um aumento sensível do número de adoções com o elevado grau de satisfação das pessoas que resolveram assumir a educação de uma ou mais crianças. “Acredito que nós estamos no caminho certo. Temos muito o que comemorar, mas, ainda, precisamos vencer outros preconceitos, principalmente sobre as adoções de crianças que não são recém-nascidas, o que chamamos de adoções tardias”, acrescentou o magistrado.

Satisfação – O grau de satisfação, o qual se refere o juiz, está evidente na vida do fabricante de polpas de frutas, José Rodrigues da Silva. Casado, com 46 anos de idade, ele tem dois filhos adotados, um de quatro e outro de 11 anos. José fez questão de participar do curso da  1ª Vara da Infância e Juventude, como forma de aprimorar sua educação e mostrar que adoção é um gesto de amor materializado.

“Estou muito feliz com os meus dois filhos e acho importante esse tipo de curso. As palestras nos ajudam a educar nossas crianças e, ao mesmo tempo, mostrar para sociedade que não existe diferença entre o amor de um pai que adota, em relação ao amor de um pai natural. Muita gente tem condições de adotar e não faz. Espero que essas pessoas que pensam assim mudem de ideia, pois existem várias crianças esperando por uma família”, disse  José Rodrigues da Silva.

Por Fernando Patriota