Na terça-feira (15), foi realizada a oficina de ideação do Projeto Trilha Renovar, uma iniciativa conjunta do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT13). O projeto foi idealizado como estratégia para o cumprimento da Meta 9 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tem como objetivo propor uma jornada educativa, prática e transformadora voltada a grupos em situação de vulnerabilidade, com base nos pilares da sustentabilidade: social, econômica, cultural e ambiental.

A oficina de ideação representa uma fase fundamental na construção colaborativa do escopo do projeto. Constituiu-se em um espaço de diálogo e cocriação voltado à geração de ideias, troca de experiências e formulação de soluções inovadoras, alinhadas aos objetivos e ao público-alvo da iniciativa. Utilizando abordagens da metodologia do Design Thinking, os participantes foram provocados a pensar de forma criativa e centrada nas necessidades reais dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, foco da iniciativa.

Participaram da oficina representantes dos três tribunais envolvidos, incluindo integrantes das áreas de inovação, sustentabilidade, infância e juventude, Justiça Restaurativa e assistência social, além de representantes dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) de Campina Grande. A diversidade dos perfis presentes contribuiu para o enriquecimento das discussões e para a construção de soluções mais conectadas com o objetivo do projeto.

"O Projeto Trilha Renovar representa um marco significativo na evolução do sistema de Justiça Juvenil, transcendendo a mera aplicação punitiva das medidas socioeducativas para alcançar sua verdadeira finalidade: a formação integral do jovem e sua efetiva reinserção social. O projeto materializa os princípios fundamentais previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), oferecendo aos adolescentes em conflito com a lei uma perspectiva concreta de futuro através de metodologias inovadoras que promovem o autoconhecimento e viabilizam caminhos profissionais adequados ao perfil individual de cada participante”, declarou o juiz João Lucas Souto Gil Messias, do Juizado Auxiliar Misto da 2ª Circunscrição, em Campina Grande, com atuação na Vara da Infância.

A magistrada Poliana Aristóteles Rocha de Sá, juíza do Trabalho e gestora no TRT-13 do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e do Estímulo à Aprendizagem, destacou que o encontro foi frutífero. “Cada um com a sua contribuição, com a sua visão, na sua experiência, na sua vivência com os jovens que são submetidos ao cumprimento de medidas e, também, medidas protetivas e aqueles em conflito com a lei”, declarou.

A juíza falou, ainda, sobre a importância do projeto na busca da ampliação dos horizontes desses jovens. “Essas ações visam despertar nos jovens o conhecimento e lhes apresentar o mundo do trabalho decente e suas possibilidades. Além de identificar as suas habilidades visando uma formação profissional”, destacou a magistrada.

O projeto também foi comentado pelo servidor do Judiciário pernambucano Ayrton da Rocha Lapa Filho, gestor do Núcleo de Sustentabilidade/Seplan TJPE: “Muito feliz em participar desse projeto, juntamente com as equipes dos laboratórios de inovação e dos setores de Sustentabilidade, Justiça Restaurativa e da Infância e Juventude dos TJPB, TRT13 e TJPE, trazendo para o Trilha Renovar o viés da sustentabilidade nos seus eixos socioambiental, econômico e cultural, em prol de jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Creio que as ‘sementes’ plantadas germinarão e florescerão com êxito”, destacou.

Ayrton da Rocha destacou que a reunião trouxe ideias importantes e pertinentes ao Projeto, as quais serão analisadas com critério e implementadas tão logo possível em nosso sistema socioeducativo. O encontro marcou mais um passo importante no desenvolvimento do Trilha Renovar, fortalecendo o compromisso interinstitucional com práticas mais humanas, inclusivas e transformadoras.

Por Gecom-TJPB