Centenário do desembargador Luiz Sílvio Ramalho será comemorado nesta quarta-feira no TJPB
O homenageado nasceu no Sítio Macambira, Distrito de Bonito de Santa Fé, tendo sido registrado como filho natural de Conceição, onde seus pais, José Ramalho Leite e dona Benânia, residiam. Foi primeiro juiz em Florânia, no Rio Grande do Norte, e ingressou na magistratura da Paraíba como Juiz de Direito da Comarca de Bonito de Santa Fé, nomeado a 8 de agosto de 1940. Presidiou a Corte de Justiça de 1970 a 1972 e integrou o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, tendo sido presidente.
O filho, o desembargador Luiz Sílvio Ramalho Júnior, foi o único que seguiu a carreira do pai, tendo sido também presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, no período de 2009/2010. “Meu pai e minha mãe sempre foram espelhos pra mim”, disse.
“Eu acredito muito no destino. Deus nos põe no caminho. É tanto que entre meus irmãos, dois são médicos e só eu segui a carreira de meu pai e, coincidentemente, tenho o mesmo nome de meu pai. Isso me honra demais. Tenho algo do destino nisso. Eu não tinha esse sonho de ser magistrado, mas por orientação dele, segui sua carreira e sei que foi o melhor que poderia acontecer para mim”, lembrou.
Quando o desembargador Luiz Sílvio Ramalho Júnior assumiu sua carreira de magistrado, em 1975, o pai ainda estava na ativa, que ficou em atividade até 1983.
Ramalho Júnior lembra que foi na gestão de seu pai, que a primeira lei de Organização Judiciária (LOJE) foi aprovada pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. Foi em sua gestão e ele participando como presidente da Comissão. "Ele lutou muito pela interiorização da Justiça, com a construção de fóruns prestigiando a Justiça de primeiro grau", comentou.
O desembargador Luiz Sílvio Ramalho foi casado com a dramaturga e poetisa Lourdes Ramalho, várias vezes premiada no país com peças de sua autoria no segmento do Teatro Popular. O Fórum da Comarca de Piancó tem o nome do desembargador Luiz Sílvio Ramalho.
“Ele era um excelente pai, um bom filho, um bom amigo e irmão, tendo sido um homem que harmonizava bem até últimos dias de sua vida. Sempre tratava a todos com respeito. E nunca foi um juiz autoritário, sempre foi um magistrado justo e bom”, acrescentou Luiz Silvio Ramalho Júnior.
Outra faceta do desembargador Luiz Sílvio Ramalho era a genealogia. Fazia parte do Instituto de Genealogia da Paraíba. “Ele sempre estudou e sabia a história de todas as família paraibanas. Ele tinha extensa cultura, não só jurídica, mas em outras áreas”, lembra o filho.
“Meu pai era um ser humano muito bom, tinha plena percepção cósmica e divina aqui na terra. Um homem que fazia tudo para praticar o bem e fazer uma boa justiça. Ser um bom juiz, porque juiz não basta ser justo, ele precisa ser justo e bom”, fechou.
Por Kubitschek Pinheiro





