Programa Apadrinhamento Sorriso Infantojuvenil é lançado oficialmente na Comarca de Campina Grande
Colaborar com o desenvolvimento econômico e social de crianças e adolescentes em situação de acolhimento. Este é o objetivo do Programa “Apadrinhamento Sorriso Infantojuvenil”, lançado nessa terça-feira (3), pela Vara da Infância e Juventude de Campina Grande. O evento ocorreu no Ministério Público Estadual da cidade, com a presença de autoridades locais, profissionais liberais e representantes da comunidade.
O projeto tem por base legal o artigo 19-B, §1º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e visa dar auxílio às crianças em situação de acolhimento institucional. “Embora já haja previsão legal no próprio Estatuto, o apadrinhamento infantojuvenil tem sido regulamentado, paulatinamente, no Brasil, e percebemos na Comarca de Campina Grande a necessidade de implementá-lo, bem como a disponibilidade social para participar do projeto”, afirmou o juiz auxiliar da Vara da Infância e Juventude, Hugo Gomes Zaher.
O magistrado esclareceu que o apadrinhamento se divide em três modalidades: social, financeiro e afetivo. “O padrinho pode auxiliar financeiramente a criança ou adolescente; socialmente, oferecendo algum serviço de sua especialidade profissional, ou o afetivamente, estabelecendo um vínculo com o apadrinhado que lhe permite ter uma referência de família”, explicou.
No evento, houve apresentação de dança e de música por crianças em situação de acolhimento, bem como explicações sobre o projeto. Em seguida, a pedagoga Márcia Sueli Lima Cordeiro dividiu a sua experiência no primeiro caso de apadrinhamento da cidade. “Coloco minha experiência aqui para mostrar a sociedade que minha atitude não é só em favor da minha criança, mas, principalmente, em meu favor, que me sinto enormemente gratificada pelo amor que ela me proporciona. O apadrinhamento é um ato de amor!”, exultou a madrinha.
A promotora de Justiça da Vara da Infância e Juventude, Elaine Alencar, participou da mesa de apresentação e comentou a iniciativa. “O projeto proposto aqui é muito bonito e é de crucial importância a sua ramificação para a sociedade. Os convidados presentes recebem essa missão: transmitir as informações e experiências demonstradas, hoje, principalmente pelo caso de Márcia, que emocionou a todos e mostrou o quão gratificante é participar de um projeto como esse”, disse.
O Projeto é focado, principalmente, em adolescentes, crianças com mais de oito anos, ou acolhidos com algum tipo de necessidade especial, ou, ainda, grupo de irmãos, considerando que estes são mais difíceis de serem colocados em uma família substituta.
A psicóloga-coordenadora do “Núcleo de Apadrinhamento Sorriso Infantojuvenil”, Mayra Queiroz Ribeiro de Brito, expôs a importância da criança ou adolescente ter a figura de referência no seu desenvolvimento, o que é proporcionado pelo apadrinhamento.
“É válido ressaltar que o apadrinhamento não se confunde com a adoção, embora um não impeça o outro e ambos permitam que aquela criança em situação de acolhimento tenha uma convivência familiar e comunitária. O apadrinhamento que estamos apresentando à sociedade estabelece um vínculo com a criança ou adolescente, interferindo positivamente no seu desenvolvimento, mas não constitui vínculo jurídico”, pontuou a psicóloga.
A pessoa interessada em ser padrinho ou madrinha deve ter mais de 18 anos e buscar a Vara da Infância e Juventude de Campina Grande, a fim de verificar qual é o tipo de apadrinhamento mais adequado ao seu perfil.
Por Carolina Correia/Gecom-TJPB