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Relação entre violência doméstica e práticas restaurativas será discutida em palestra nesta terça

  

Com o objetivo de possibilitar um diálogo sobre o desenvolvimento de práticas restaurativas no atendimento às vítimas de violência doméstica, uma palestra virtual será realizada nesta terça-feira (24), a partir das 10h. O evento, cujo tema será ‘Intervenção transformativa na violência doméstica’, será exclusivo aos integrantes da rede de combate à violência doméstica. A palestra será ministrada pelo psicólogo Paulo Moratelli e será transmitida por meio da Plataforma Zoom.

As inscrições podem ser efetuadas através do seguinte link: https://doity.com.br/intervencao-transformativa-em-violencia-domestica.Conforme explicou a coordenadora da Seção de Assistência Psicossocial da Vara da Infância e da Juventude de Campina Grande, Mickaelli King, o tema foi escolhido após realização de um webinário no qual se discutiu acerca do trabalho em rede e Justiça Restaurativa. “Na divisão em grupos, houve uma excelente mobilização da rede de violência doméstica, tornando-se imperativo trazer conceitos basilares e qual a aplicabilidade da JR no atendimento a esse público”, afirmou.

Para o titular do Juizado Auxiliar da Infância e da Juventude da 2ª Circunscrição de Campina Grande, juiz Hugo Gomes Zaher, o evento será muito importante para sensibilizar a rede que atua na proteção da mulher, bem como os magistrados e servidores do Poder Judiciário paraibano a respeito da aplicabilidade da Justiça Restaurativa nos conflitos ligados à violência doméstica.

“O professor palestrante tem expertise de como se desenvolver práticas restaurativas nesse âmbito, tendo em vista as peculiaridades dos conflitos ocorridos no ambiente doméstico. Então, será um momento muito interessante e, também, o primeiro passo para o trabalho do Poder Judiciário paraibano na proteção das vítimas e na ressignificação do conflito para ofensor, além da comunidade direta e indiretamente atingida”, afirmou o magistrado.

Para a juíza Ivna Mozart Bezerra Soares, do 3º Juizado Auxiliar Cível da 2ª Circunscrição da Comarca de Campina Grande, considerando este momento de pandemia do coronavírus (Covid-19), em que se evidenciou, ainda mais, a necessidade de se enfrentar a violência doméstica, o evento vem para promover uma abordagem mais profunda, questionando as causas deste mal e não apenas os seus sintomas. “A violência doméstica causa feridas não apenas na mulher vítima, mas vulnera todos os envolvidos, ensejando, por vezes, um círculo vicioso, na medida em que se insere num contexto de complexas cadeias de eventos que se reforçam por meio de um ciclo de retroalimentação. Interromper esse ciclo é de fundamental importância para possibilitar que os envolvidos tenham a chance de escrever uma nova história”, enfatizou.

Por seu turno, a magistrada Graziela Queiroga Gadelha, uma das juízas à frente da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça da Paraíba, comentou que o evento vem proporcionar mais um experimento na seara da violência doméstica. “O fenômeno da violência doméstica, que tanto tem causado dor e indignação nesses últimos tempos, tem, na sua complexidade, caminhos múltiplos que nos impulsionam a pensar de forma transformadora. Tenho as melhores expectativas, pois acredito na capacidade do ser humano de se desconstruir e de se reconstruir a partir de intervenções que visam transformar positivamente o modo de pensar, de agir, de se colocar em seus espaços de vivência e atuação”, explanou.

A coordenadora da Seção de Assistência Psicossocial da Vara da Infância e da Juventude de Campina Grande, Mickaelli King, afirmou que foram realizadas variadas atividades este ano, voltadas à rede local, para dialogar sobre a Justiça Restaurativa. Um deles ocorreu no último dia 05 e abrangeu, também, instituições vinculadas à Rede de Atendimento à Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar. 

“A realização desse webnário é uma resposta aos anseios desses atores, que sinalizaram a necessidade de conhecer os aspectos elementares e a aplicabilidade prática da JR nessa ambiência. O convite a Paulo Moratelli vem a partir do seu exponencial trabalho com esse segmento, a partir da Justiça Restaurativa, sendo um grande facilitador e instrutor do cenário nacional, com expertise nessa temática. Estamos muito felizes com o percurso que a Justiça Restaurativa vem trilhando no nosso Estado e já nos preparando para 2021”, analisou.

Currículo do palestrante Paulo Henrique Moratelli: Psicólogo; Delegado Internacional para o Brasil da Sociedad Científica de Justicia Restaurativa (Espanha); Membro do Conselho Global da Restorative Justice International (EUA); curador do “Congresso Internacional de Justiça Restaurativa do Brasil”; instrutor independente de Círculos Transformativos e Peacemaking Circles (certificado por Kay Pranis desde 2012); capacitado em Comunicação Não-Violenta, Conferências Restaurativas e Juntas Restaurativas; capacitado em mediação Cível, Familiar, Penal, Penitenciária e Transformativa, além de outros métodos de resolução e autocomposição de conflitos; atuou como Coordenador Técnico do Programa Municipal de Pacificação Restaurativa de Caxias do Sul. Instrutor com atuação em todo o território nacional e também no exterior (México, Espanha, Inglaterra).

Por Celina Modesto / Gecom-TJPB

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