Comissão define passos para revitalização do Museu do Tribunal de Justiça e Museu de Epitácio Pessoa
A Comissão de Reestruturação e Revitalização do Museu do Tribunal de Justiça da Paraíba e do Museu e Cripta do Presidente Epitácio Pessoa se reuniu nesta segunda-feira (31) para discutir os primeiros passos e definir as ações efetivas que serão necessárias para a recuperação dos museus. O presidente da Comissão, Desembargador Marcos Cavalcanti, apresentou a proposta para elaboração dos projetos de revitalização dos museus em suas estruturas físicas e também de forma virtual.
O Desembargador disse que é um projeto da gestão do Presidente do TJPB, Saulo Benevides, que ao final da restauração do prédio do Palácio da Justiça haja a revitalização do Museu Desembargador Heráclito Cavalcanti e do Museu e Cripta do Presidente Epitácio Pessoa. “Eu indiquei nomes para compor a equipe e o Desembargador me designou como presidente da Comissão, que ele chamou de notáveis. Hoje eu apresentei os projetos e vamos trabalhar para inaugurar os Museus no dia 15 de outubro, juntamente com a reabertura do Palácio da Justiça, que está em reforma ”, afirmou o presidente da Comissão.
Um dos integrantes da Comissão é o professor e artista plástico Chico Pereira, que já organizou vários museus no Estado, a exemplo do museu Assis Chateaubriand, em Campina Grande, e o Museu Cidade de João Pessoa, inaugurado recentemente na Praça da Independência. Para o professor, é muito importante que a revitalização dos museus aconteça em 2022 quando está sendo comemorado o bicentenário da independência do Brasil e também o centenário da presidência de Epitácio Pessoa.
“2022 tem um significado muito grande na Paraíba pela importância de Epitácio Pessoa, que tem seu museu cripta nesse edifício. A revitalização acrescenta não só à memória cultural da Paraíba, mas acima de tudo redimensiona o conceito de museu porque já nasce com todos os elementos exigidos por lei, com todos os elementos museológicos que transforma a casa não só em um atrativo para a cultura, mas acima de tudo pela importância que tem a Justiça da Paraíba na construção de nossa identidade. Não só pelo edifício em si, mas pelos homens que ao longo dos anos foram constituindo o cumprimento desse legado, da formação moral e ética paraibana que se dá através da Justiça”, observou o professor Chico Pereira.
A gerente de documentação e arquivo da Fundação Casa de José Américo de Almeida, Lúcia Guerra, ressaltou que esse momento escolhido para revitalizar o Museu e Cripta de Epitácio Pessoa veio a calhar com o momento histórico da maior relevância. “O Brasil todo está voltado para as comemorações do bicentenário da independência e a figura de Epitácio Pessoa é central nesse processo da história do Brasil. O Tribunal de Justiça colocar isso na pauta do dia foi muito relevante e vai trazer para a Paraíba essa discussão. Vai colocar na ordem do dia este paraibano que teve importância nacional e internacional”, afirmou.
Lúcia Guerra chamou a atenção também para a importância do Tribunal de Justiça reabrir as portas para a juventude. Ela considera a visitação ao museu uma ação educativa e uma aula de história na prática. “É importante também para que a história seja discutida à luz do presente porque na medida em que nós vamos pensar os 200 anos da independência precisamos nos perguntar como o Brasil está hoje? Qual a real independência do Brasil? Quais são as questões da democracia? Que nação foi essa construída nesses 200 anos? Então eu vejo o museu do Tribunal de Justiça como esse espaço de debate não só da história passada como também da história presente”, considerou.
A museóloga Marisa Rodrigues, que inaugurou e dirige a Pinacoteca da UFPB, fez observações a respeito da parte legal do Museu. “Depois que a gente tiver o museu como pessoa jurídica e todo o acervo reestruturado, com os equipamentos necessários é que se deve partir para a estruturação do museu em si. A etapa seguinte é o plano museológico, que é uma exigência legal, uma ferramenta de gestão obrigatória por lei. O plano tem a política de restauração, de gestão, que deve ser pensada para esse museu”, explicou.
Também participaram da reunião o diretor Administrativo do TJPB, Falbo Abrantes, a gerente de Engenharia e Arquitetura Marieta Tavares, e assessores do gabinete do Desembargador Marcos Cavalcanti. O artista plástico Flávio Tavares e o diretor Especial do TJ, Robson Cananéa também integram a Comissão, mas não puderam participar da reunião desta segunda-feira em virtude de outros compromissos.
Por Walquiria Maria